quinta-feira , 9 de maio de 2024
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Quais são os entraves para a doação de órgãos no Brasil?

O Brasil é referência mundial quando se trata de transplante de órgãos, sendo 96% das cirurgias realizadas através da rede pública de saúde. Porém, especialmente após a pandemia da COVID-19, há uma discrepância cada vez maior entre o número de pacientes na fila para receber um órgão e o número de doadores.

A recusa dos familiares do potencial doador em autorizar o processo é a principal causa para a não efetivação dos transplantes. Com o objetivo de explorar os fatores que dificultam e até impedem a doação de órgãos no Brasil, pesquisadores da Universidade Federal de Jataí conduziram uma revisão de literatura que apontou a recusa familiar da autorização para o processo como principal obstáculo para a efetivação das doações de órgãos.  O artigo “Lacunas e fatores impeditivos da doação de órgãos no Brasil: Revisão de literatura”, publicado no Brazilian Journal of Transplantation (v. 26), também aponta lacunas na sistematização da doação e captação, referentes ao diagnóstico da morte encefálica, dificultando a identificação de potenciais doadores. Foram reunidos trabalhos disponíveis nas bases de dados PubMed, EMBASE, Biblioteca Cochrane, Lilacs e SciELO, publicados em inglês e português, no período de 2018 a 2022. A discussão abrange aspectos legais da doação e transplante de órgãos no Brasil, o contexto da doação por morte encefálica e o conhecimento médico acerca do diagnóstico e seu impacto na efetivação dos transplantes.

Destacou-se, especialmente, a recusa de autorização dos familiares para efetivar a doação e as razões pelas quais isso acontece.

De acordo com a legislação Brasileira (1997), cabe exclusivamente à família de primeiro grau do potencial doador a autorização para a abertura do processo. Entre junho e setembro de 2022, a recusa familiar foi o motivo de 46% dos casos de não concretização da doação, segundo dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT).

Os resultados examinados pelos autores indicam que o trato das questões éticas e morais, assim como a clareza nas informações a serem passadas aos familiares, têm grande influência na decisão pela doação ou não dos órgãos.

Confira o estudo na íntegra em https://doi.org/10.53855/bjt.v26i1.520_PORT

 

Autoria: Rosa Emilia Moraes, jornalista de ciência em Linceu Editorial, São José dos Campos, SP.

 

 

 

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