3. As principais dificuldades dos autores
Para identificar as dificuldades dos autores e potenciais autores (alunos) sobre o processo de publicação científica, foi elaborado e aplicado um questionário com diversas perguntas sobre o tema. Para fins de comparação, as mesmas questões foram adaptadas para avaliadores e editores responderem, em relação à impressão deles sobre as dificuldades dos autores.
Como avaliadores e editores nem sempre têm acesso direto às dúvidas dos autores sobre formatação/normalização, submissão e envio de documentos, estes procedimentos podem não fazer parte de sua rotina editorial. Sendo assim, a percepção sobre esses itens pode ser divergente da opinião dos autores.
A porcentagem de respostas segue detalhada nas tabelas. Os dados não receberam análise estatística. Desta forma, para as recomendações foram considerados os maiores valores absolutos (em destaque) como resposta de cada grupo. As sugestões de leitura são baseadas nas seções 6 e 7 do livro.
Nos itens de 1 a 19, foi solicitado: “assinale a opção mais adequada (extremamente fácil, fácil, nem fácil nem difícil, difícil, extremamente difícil) em relação ao seu nível de dificuldade durante a elaboração e a submissão de um artigo”:
1. Redação do texto (ortografia/gramática, vocabulário, escrita científica)
Para a maioria dos alunos que respondeu o questionário, a redação do texto foi considerada “nem fácil nem difícil”. Porém, 96% dos alunos da Fonoaudiologia e 89% das Ciências biológicas responderam, em outra questão, que se interessariam por uma disciplina específica sobre escrita científica/elaboração de artigos. A opinião dos avaliadores e editores nacionais coincidiu com a resposta dos autores. No entanto, os editores internacionais julgaram que a redação do texto é “fácil” para os autores.
Recomendação: a redação do texto não parece ser uma dificuldade para os alunos. Entretanto, a escrita científica é um gênero específico e praticar é sempre importante. Ler trabalhos acadêmicos, materiais sobre redação científica, artigos de outras áreas e redigir textos científicos pode auxiliar a aprimorar essa capacidade.
Sugestão: leitura dos livros indicados na seção 6. Consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica e redação científica (seção 7).
2. Definir o tipo de artigo (Artigo Original, Estudo de Caso, Artigo de revisão etc)
Os avaliadores e editores consideraram que definir o tipo de artigo é “extremamente fácil”, no entanto os alunos julgaram que é “fácil”.
Recomendação: definir o tipo de artigo não foi considerada uma tarefa difícil pelos alunos. Em caso de dúvidas, é indicado ler diferentes tipos de artigos, de materiais sobre metodologia científica e normas de diversas revistas.
Sugestão: leitura dos livros 3 e 7 (seção 6).
3. Definir as seções do artigo (Introdução, Métodos etc)
Os editores presumiram que definir as seções do artigo também seja uma tarefa “extremamente fácil”, e tanto alunos como avaliadores classificaram como “fácil”.
Recomendação: as seções de um manuscrito dependem do tipo de artigo e geralmente são pré-definidas pelos periódicos. De forma genérica, devem conter: introdução, desenvolvimento e conclusão. O ideal é consultar as normas da revista.
Sugestão: leitura do livro 4 (seção 6).
4. Definir o conteúdo de cada seção do artigo
Os alunos consideraram “fácil” definir o conteúdo de cada seção do artigo. Os editores presumiram que seja “extremamente fácil”.
Recomendação: definir o que deve ser apresentado em cada seção do artigo não foi considerado difícil pelos alunos. No entanto, utilizar exemplos da rotina (como planejar uma viagem ou festa) e descrevê-los fazendo correspondência/analogia com as etapas do método científico (objetivo, métodos, resultados, conclusão), ler diferentes tipos de artigos e de materiais sobre metodologia científica, pode ser um bom treino para iniciantes.
Sugestão: leitura dos livros 1, 4, 5, 7, 9 e 11 (seção 6). Consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica e redação científica (seção 7).
5. Definir o título
Em relação ao título, houve divergência de opinião entre alunos, avaliadores e editores. Os alunos da Fonoaudiologia consideraram “difícil” definir o título do artigo e, entre os alunos das Ciências Biológicas, houve empate nas respostas “difícil” e “nem fácil nem difícil”. Os editores presumiram que seja “extremamente fácil”.
Recomendação: o título deve ser a última parte a ser definida no artigo. Existem três tipos de título, cada um com um objetivo diferente: indicativo (informa o assunto da pesquisa sem esclarecer os resultados – não contém verbo), informativo (expõe o resultado do estudo e geralmente contém verbo) e interrogativo (é feito em forma de pergunta e indica o objetivo do trabalho). O mais comum é o título indicativo. Independente de qual tipo você escolher, o título sempre deve ser breve e representar fielmente o estudo. Não deve conter dados regionais como cidade, estado, instituição e deve ser evitado o uso de siglas. O título deve atrair o leitor. Se não for claro o suficiente, provavelmente seu artigo não será acessado. Leia o título de artigos de diferentes áreas ou de notícias e verifique se ele traduz fielmente o estudo ou a informação. Treine elaborando novos títulos, que você considere pertinentes, para artigos já publicados.
Sugestão: leitura dos livros 1 e 4 (seção 6) e consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica e redação científica (seção 7).
6. Elaborar o resumo
O resumo foi considerado “nem fácil nem difícil” pelos alunos. Os avaliadores e editores nacionais supuseram que seja “fácil”.
Recomendação: o resumo é outro aspecto muito importante do artigo, que também deve ser redigido no final. Depois do título, é a seção mais lida. Se o resumo não explicar corretamente o estudo, o restante do manuscrito provavelmente não será acessado. O resumo de um artigo é um critério de exclusão para o leitor. Assim como o título, existem diversos tipos de resumo e o formato pode variar de acordo com a revista. Verifique as normas. Escreva primeiro um resumo bem completo, abrangente, depois, vá refinando e tirando as informações que não são necessárias nesta seção. A introdução deve ser breve e, se possível, apresentada em uma frase, apenas para contextualizar o estudo. O objetivo deve ser direto e informar o que foi estudado. Os métodos devem apresentar resumidamente os procedimentos utilizados e o(s) grupo(s) estudado(s). Os resultados podem ser descritos de forma geral, e a conclusão deve responder o objetivo do estudo, sem repetir dados numéricos. No resumo não é necessário citar qual foi o tipo de estudo (exploratório, retrospectivo etc), em que instituição foi realizado, informações sobre Comitê de Ética em Pesquisa, quais foram os testes estatísticos utilizados (basta dizer: “os dados foram submetidos à estatística pertinente”) e nem o valor de p.
Sugestão: leitura do livro 4 (seção 6) e consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica e redação científica (seção 7).
7. Elaborar a introdução
Os alunos consideraram que elaborar a introdução seja “nem fácil nem difícil”. Os avaliadores e editores nacionais julgaram que seja “fácil”.
Recomendação: escreva a introdução com as suas palavras, incluindo os itens importantes para o seu estudo. Depois, acrescente as referências/citações que confirmam as suas afirmações. A introdução é o “caminho” que levou o autor à sua pergunta/dúvida e não deve ser extensa. Precisa conter os tópicos principais relacionados à pesquisa. Não deve ser apresentada com toda a revisão de literatura da área! Cite apenas as referências clássicas e as mais recentes. Evite citar trabalhos de conclusão de curso, monografias e teses. Dê preferência para os artigos resultantes desses trabalhos, por serem mais recentes, sucintos e por terem sido avaliados por pares. Geralmente, o objetivo da pesquisa é apresentado no final da introdução.
Sugestão: leitura dos livros 2, 3, 4, 5, 7, 10 (seção 6). Consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica e redação científica (seção 7).
8. Definir o objetivo
As respostas em relação ao objetivo foram variadas entre os grupos. Para os alunos da Fonoaudiologia, definir o objetivo do estudo foi “nem fácil nem difícil”. Os alunos das Ciências Biológicas acharam “fácil”.
Recomendação: o objetivo deve ser direto e sucinto. Informar o que foi estudado. Não deve conter dados da amostra como idade, gênero; nem de localidades (cidade, estado, escola, hospital) – a menos que a pesquisa seja epidemiológica. Protocolos, testes ou exames realizados também não devem ser citados no objetivo. É importante lembrar que a conclusão do estudo deve estar diretamente relacionada ao objetivo. Para treinar, leia o objetivo de diferentes artigos ou estudos e verifique se há relação com a conclusão.
Sugestão: leitura dos livros 1, 2, 3, 4, 10, 11 e 12 (seção 6). Consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica e redação científica (seção 7).
9. Descrever os métodos
A descrição dos métodos foi considerada “fácil” pelos alunos e editores internacionais, mas “difícil” para os editores nacionais.
Recomendação: nos métodos devem ser descritos todos os procedimentos e instrumentos (testes, exames, questionários) utilizados para a coleta de dados da pesquisa. Escreva um texto completo, com o passo a passo da pesquisa (“receita de bolo”), a partir da coleta de dados, de forma que o estudo possa ser replicado. Descrever as informações em ordem cronológica de acontecimentos pode facilitar. Depois, exclua os elementos que não são relevantes. Se necessário, crie subitens. É nesta seção que se inclui informações sobre aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, termo de consentimento – quando necessários – características dos participantes, critérios de inclusão, métodos estatísticos utilizados. Não é necessário informar nome de programas estatísticos ou equipamentos, quando não forem essenciais para os resultados da pesquisa (por exemplo: os dados foram organizados em Excel®).
Sugestão: leitura dos livros 1, 3, 4, 5, 6, 7, 10 e 12 (seção 6). Consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica, redação científica, ética em pesquisa (seção 7).
10. Descrever os resultados
A descrição dos resultados foi considerada “fácil” pelos editores internacionais e “nem fácil nem difícil” pelos demais grupos.
Recomendação: nos resultados, separe as informações por tópicos, para você se organizar e escrever um texto claro. Evite repetir o mesmo tipo de frase para relatar os dados. Devem ser apresentados somente os resultados que serão comentados na discussão (mesmo se o estudo tiver outros resultados). Não se deve repetir as mesmas informações em tabelas, figuras e no texto. Avalie a melhor forma de visualização dos dados e apresente, sem comentar. Se o objetivo do estudo não for caracterizar determinada população, as informações sobre a amostra não devem ser apresentadas nos resultados (e sim nos métodos). Esta seção geralmente não tem citação de literatura.
Sugestão: leitura dos livros 4, 5, 6, 10, 12 (seção 6). Consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica e redação científica (seção 7).
11. Elaborar a discussão
Todos os alunos e os avaliadores julgaram a discussão como “difícil”. Os editores nacionais acharam “extremamente difícil” e os internacionais consideraram “fácil”.
Recomendação: a discussão é a seção em que você vai interpretar os resultados do seu estudo e fazer relações com as pesquisas que já existem. É neste item que você vai demonstrar o seu domínio do estado da arte sobre o assunto pesquisado, ou seja, o domínio da literatura específica sobre o tema em questão. Trata-se de estabelecer uma “conversa (formal) com o leitor”, no contexto de um conhecimento científico já publicado. Imagine a discussão como um capítulo de “comentários”. Escreva um “rascunho” com as suas palavras sobre aspectos importantes do estudo, que foram observados e não foram apresentados em outras seções. Consulte novamente os resultados e comente sobre o que foi observado, de acordo com o tipo de análise do seu trabalho (qualitativa ou quantitativa); o que era esperado que acontecesse e se confirmou, o que era esperado e não se confirmou, o que não era esperado e aconteceu. Você pode até escrever sobre todos os aspectos do trabalho, para facilitar o seu entendimento. Entretanto, o texto final da discussão deve conter apenas os comentários sobre as informações apresentadas nos resultados. Pense e tente encontrar justificativas para as informações terem acontecido de uma forma e não de outra, por exemplo. Exponha, com uma linguagem científica, o seu ponto de vista. Lembre-se de não fazer afirmações que os resultados não confirmam. Você pode sugerir hipóteses, possibilidades. Não se deve repetir dados estatísticos nesta seção. A partir da literatura que você pesquisou, acrescente os dados, “encaixando” no texto o que outros autores verificaram de semelhante e de diferente da sua pesquisa. Estabeleça relações entre o seu estudo e o de outros autores. Fale sobre as limitações da sua pesquisa ou sobre algum aspecto que você percebeu que poderia ter sido feito de forma diferente, sobre a aplicação prática do seu estudo e sobre a perspectiva para próximos estudos sobre o assunto. Nesta seção, você é livre para direcionar o texto e o leitor para o caminho que você quer mostrar. Você pode, por exemplo, comparar o método do seu estudo com o de outros pesquisadores, pode comentar sobre os resultados e sobre a própria discussão de outros artigos. É essencial referenciar as outras pesquisas. Peça sugestão de artigos com boas discussões ao seu orientador ou a alguém experiente. Ler discussões que não são exemplares pode confundir e dificultar o seu raciocínio.
Sugestão: leitura dos livros 3, 4, 5, 6, 7, 10, 11 e 12 (seção 6). Consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica e redação científica (seção 7).
12. Elaborar a conclusão
Para os alunos, a conclusão foi considerada “nem fácil nem difícil”. Porém, a mesma porcentagem de alunos das Ciências Biológicas considerou a conclusão “difícil”, assim como os avaliadores e editores.
Recomendação: a conclusão deve ser breve e direta. Deve responder o objetivo do estudo, sem repeti-lo. Se o trabalho apresentar mais de um objetivo, todos devem ser respondidos. Por exemplo: se o objetivo de uma pesquisa é “verificar se há diferenças na escrita de crianças de diferentes faixas etárias”, uma conclusão possível seria “há diferenças na escrita de crianças dependendo da faixa etária”. Não se deve repetir dados de métodos (amostra, idade) ou de resultados na conclusão.
Sugestão: leitura dos livros 1, 3, 4, 5, 7, 10, 11 e 12 (seção 6). Consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica e redação científica (seção 7).
13. Selecionar artigos pertinentes ao seu estudo (referências)
Os alunos da Fonoaudiologia julgaram ser “difícil” selecionar as referências pertinentes ao estudo. O grupo de Ciências Biológicas considerou “nem fácil nem difícil” e os editores presumiram ser “fácil” ou “extremamente fácil” (editores internacionais).
Recomendação: lembre-se que conhecer a literatura sobre o tema de interesse deve ser o início de um trabalho científico. A partir desse conhecimento é que a sua pergunta ou o objetivo do trabalho vai surgir e a metodologia será delineada. Comece com uma busca ampla da literatura e vá refinando aos poucos. Se o objetivo do seu trabalho for pesquisar, por exemplo, sobre a leitura de crianças, procure artigos sobre leitura e sobre crianças (só leitura; leitura em crianças). Selecione artigos sobre desenvolvimento e aprendizado da leitura, da leitura em diferentes idiomas, com crianças de diferentes faixas etárias etc. Utilize os descritores para pesquisar as referências nas bases de dados. Estabeleça critérios de inclusão para selecionar os artigos (data, autores, revista, descritores etc) e refine a busca, de acordo com o seu interesse. Selecione os artigos pelo título, depois pelo resumo. Guarde os mais relevantes. Pode ser que você não use todos da sua lista, mesmo que eles sejam interessantes. Se tiver dúvidas quanto à relevância, guarde. Depois, em outro momento você revê e decide se ele será incluído ou não.
Sugestão: leitura do livro 4 (seção 6) e consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica e redação científica (seção 7).
14. Adequar o artigo ao escopo da revista
A questão sobre o escopo da revista foi considerada “difícil” pelos alunos e editores nacionais. No entanto, a mesma proporção de alunos das Ciências Biológicas julgou “nem fácil nem difícil” adequar o artigo ao escopo da revista. Os avaliadores e editores internacionais consideraram que esse tópico seja “fácil”.
Recomendação: o escopo (objetivo) é descrito nas normas de cada revista. Varia de uma para a outra e tem relação com a área de abrangência, com o tipo de artigo e com o público alvo da revista. Não adianta enviar um artigo qualitativo, por exemplo, para uma revista que só publica estudos quantitativos. Ou ainda, enviar um artigo de química para um periódico de psicologia, pois dificilmente ele será avaliado. Leia o escopo da revista antes de elaborar ou de enviar o seu artigo. Consulte os artigos recentes que foram publicados.
Sugestão: leitura do livro 4 (seção 6) e consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica e redação científica (seção 7).
15. Entender ou atender as normas da revista
Os alunos da Fonoaudiologia e os editores nacionais consideraram “difícil” para os autores entenderem ou adequarem seus artigos às normas das revistas. Os outros grupos acharam fácil ou indiferente.
Recomendação: as normas contêm informações de diferentes aspectos da revista. Geralmente incluem o escopo, a política e o processo editorial (fluxo de avaliação); a forma e estrutura dos artigos; os documentos exigidos e a descrição do processo de submissão. São elaboradas com base em recomendações de comissões internacionais e de ética em pesquisa. Alguns periódicos indicam, detalhadamente, os padrões específicos de formatação do artigo, outros apenas sugerem que os autores consultem os guias de estilo. As instruções aos autores existem para facilitar (e não para dificultar!) a elaboração e a submissão de um artigo. Caso você tenha dificuldades em entender as normas ou não consiga localizar uma informação recomendada, entre em contato, por e-mail ou telefone com a secretaria da revista. Esclareça suas dúvidas antes de submeter seu trabalho. Lembre-se que enviar o artigo nas normas é obrigação do autor e demonstra atenção e cuidado. Algumas revistas rejeitam imediatamente os artigos que não se adequam às exigências, e outras, devolvem o material para correção, quantas vezes forem necessárias, até que ele atenda todos os requisitos. Veja as normas de várias revistas, de diferentes áreas, para entender melhor quais são as exigências mais comuns.
Sugestão: ver item “Pré-requisitos para a submissão de um artigo” em “Recomendações gerais” (seção 2).
16. Formatar o artigo
Os alunos consideraram que formatar o artigo é “nem fácil nem difícil”. Entretanto, os editores acharam que é “extremamente fácil” para os autores.
Recomendação: a formatação do artigo depende das normas adotadas por cada revista. Apesar de algumas pessoas dizerem o contrário, a forma é tão importante quanto o conteúdo. Dê atenção e gaste tempo com os detalhes também: tipo e tamanho de letra (fonte), espaçamentos, alinhamentos, uso de negrito/itálico, emprego de letras maiúsculas e minúsculas, número máximo de palavras, tabelas e referências permitidas, título das seções de cada tipo de artigo, padrão de formatação das referências, como apresentar tabelas e figuras etc. Além de demonstrar atenção e interesse dos autores, enviar o seu artigo de acordo com os padrões exigidos agiliza o processo de revisão. Há diversos manuais de normalização e guias de estilo disponíveis. Eles podem ser consultados, mas lembre-se de atender às recomendações específicas da revista.
Sugestão: leitura do livro 4 (seção 6) e ver “Manuais de estilo” no item “Sobre descritores, referências e manuais de estilo”, em “Recomendações gerais” (seção 2).
17. Submeter o artigo
Para os alunos, submeter o artigo foi considerado “nem fácil nem difícil”. Os editores, entretanto, julgaram ser “extremamente fácil”.
Recomendação: a submissão do artigo depende da forma ou do sistema de envio adotado por cada revista. Atualmente, a maioria dos periódicos só aceita artigos enviados por meio de sistema de submissão online. Outros ainda aceitam trabalhos por e-mail. A informação sobre a forma de envio consta nas normas ou na página oficial da revista. Em caso de dúvidas sobre a submissão, entre em contato com a secretaria editorial do periódico.
Sugestão: leitura do livro 4 (seção 6) e ver “Recomendações gerais” (seção 2).
18. Enviar documentos suplementares (tabelas, figuras, cover letter etc)
O envio de documentos suplementares também foi considerado “nem fácil nem difícil” pelos alunos.
Recomendação: cada revista tem suas particularidades em relação aos arquivos e documentos suplementares. Algumas exigem que tabelas e figuras sejam enviadas em arquivos separados, outras, que sejam enviadas no mesmo do texto. Para atender às orientações específicas, é necessário consultar as normas da revista e seguir as recomendações. Em caso de dúvidas ou dificuldades, entre em contato com a secretaria editorial.
Sugestão: ver “Recomendações gerais” (seção 2).
19. Elaborar tabelas e gráficos
A elaboração de tabelas e gráficos foi considerada “nem fácil nem difícil” para alunos, avaliadores e editores nacionais. Os editores internacionais presumiram ser “extremamente fácil” para os autores.
Recomendação: a partir da decisão de apresentar dados em tabelas e gráficos, eles devem ser bem descritos. Nas tabelas (e quadros), todas as colunas devem ter cabeçalho, indicando a que se referem as informações. Tanto as tabelas quanto os gráficos devem conter título breve, autoexplicativo, sem a necessidade de indicar ano, grupos, testes estatísticos ou de descrever as variáveis da tabela. Essas informações podem aparecer no rodapé, junto com a legenda, caso sejam utilizadas siglas. No rodapé deve ser indicado também o teste estatístico aplicado e o valor de significância adotado. Se alguma informação citada em tabela ou gráfico for de outra pesquisa, é necessário indicar a fonte.
Sugestão: leitura dos livros 4 e 11 (seção 6). Consulta às páginas eletrônicas sobre: artigo científico, escrita científica e redação científica (seção 7).
As próximas duas perguntas foram feitas apenas aos alunos. A primeira é específica sobre o processo de avaliação (correção) e a segunda se refere aos ajustes após a aprovação do artigo. Seguem as respostas de cada grupo e as respectivas recomendações.
Assinale a(s) dificuldade(s) que você já encontrou durante a correção de um artigo:
As duas dificuldades mais citadas pelos alunos da Fonoaudiologia em relação à correção de um artigo foram relacionadas a “atender as solicitações dos avaliadores” e a “entender as sugestões de modificações”. Já para os alunos das Ciências Biológicas, o mais difícil foi “concordar com o parecer recebido”.
Recomendação: na etapa de correção do manuscrito é importante entender o que o avaliador sugere que seja feito, para evitar falhas na comunicação. Se tiver dúvidas, entre em contato com a secretaria da revista e informe, antes de iniciar as correções, que você não entendeu todas as solicitações dos avaliadores. Pergunte se é possível solicitar que ele esclareça as suas dúvidas e siga as recomendações da revista. Sempre responda às solicitações dos avaliadores, dizendo se foram realizadas, e justifique aquelas que não forem feitas. Deve existir comunicação entre o autor e o avaliador/editor. No caso de não concordar com o parecer recebido, você pode proceder da mesma forma, fundamentando e justificando o seu ponto de vista e explicando porque não concorda com as sugestões do avaliador/editor. Eles podem entender e aceitar ou não a sua posição. Essa troca de informações é produtiva e leva os dois lados à reflexão.
Sugestão: leitura do livro 4 (seção 6) e ver item “Orientações para o processo de avaliação (e reavaliação) do artigo” em “Recomendações gerais” (seção 2).
Assinale a solicitação que foi mais difícil de atender, após a aprovação do seu artigo:
Todos os alunos consultados consideraram as modificações de conteúdo do texto como as mais difíceis após a aprovação do artigo.
Recomendação: depois que um artigo é aceito, geralmente não são solicitadas alterações muito extensas de conteúdo. Entretanto, enquanto o texto não estiver de acordo com os padrões e as exigências da revista e do editor, ele não será publicado. Tente atender todas as solicitações e envie o mais rápido possível. Pergunte, se tiver dúvidas.
Sugestão: leitura do livro 4 (seção 6) e ver item “Após a aprovação do artigo” em “Recomendações gerais” (seção 2).