Apresentação
Este livro é resultado da dissertação de Mestrado de Érica de Cássia Ferraz, orientada pela Profa. Dra. Ana Luiza Navas, realizada no programa de Mestrado Profissional em Saúde da Comunicação Humana, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, entre os anos de 2013 e 2015.
O material foi desenvolvido a partir do interesse pessoal e profissional das autoras, pensando nas dúvidas e dificuldades dos envolvidos no processo de comunicação científica (autores, avaliadores e editores), desde a preparação até a publicação de um manuscrito. A intenção foi elaborar um material prático, de acesso e leitura fáceis, para auxiliar pesquisadores iniciantes no planejamento de seus artigos para submissão, assim como orientá-los em relação aos trâmites do processo de avaliação e publicação do material (como responder aos avaliadores e editores), além de recomendar materiais de consulta na área da Saúde da Comunicação Humana.
As sugestões foram baseadas na experiência das autoras, e as recomendações foram fundamentadas pela literatura específica, indicada e referenciada no livro. Essas recomendações foram embasadas pelas respostas de autores e potenciais autores, avaliadores e editores de periódicos científicos da área da Saúde da Comunicação Humana a um questionário elaborado especialmente para a pesquisa, com perguntas de múltipla escolha, em relação às diversas etapas do processo de preparação e publicação de artigos científicos. O livro apresenta a visão dos autores e as impressões de avaliadores e editores em relação aos mesmos aspectos e contêm, ainda, indicações de leitura (livros e sites) sobre “artigo científico” e assuntos relacionados, e de revistas científicas para consulta e publicação.
As sugestões de estilo e formatação foram baseadas em revistas da área da saúde, já que cada área do conhecimento costuma adotar padrões diferentes. As recomendações específicas, como sugestão de periódicos, dúvidas de autores, comentários de avaliadores e editores foram baseadas na área da Saúde da Comunicação Humana.
Procedimentos e fontes de consulta
Foram consultadas livrarias online, bibliotecas virtuais, páginas eletrônicas, portais e bases de dados, livros e periódicos que contêm material sobre “artigos científicos”. Foi realizado um levantamento sobre livros e páginas eletrônicas relacionadas à elaboração e publicação de “artigos científicos”, e uma pesquisa dos periódicos indexados mais relevantes da área da Saúde da Comunicação Humana.
Para a pesquisa de livros foram consultadas:
Para a pesquisa de páginas eletrônicas foi consultado um site de buscas (Google®).
Para a pesquisa de periódicos foram consultadas:
Foram elaborados e aplicados questionários específicos a autores e potenciais autores, avaliadores e editores de periódicos científicos, com perguntas sobre o processo de elaboração, submissão e avaliação de artigos científicos, para identificar as principais dificuldades dessa população. Os questionários foram aplicados a:
Os critérios de busca, de inclusão, a caracterização completa dos participantes e a organização dos dados estão disponíveis na dissertação (Ferraz EC. Recomendações para publicação científica em Saúde da Comunicação Humana [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; 2015).
Caracterização da amostra
A caracterização dos participantes (alunos, avaliadores e editores) que responderam os questionários segue na Tabela 1.
A maioria dos alunos da Fonoaudiologia consultados frequentava o mestrado acadêmico e, entre os alunos das Ciências Biológicas, a maior parte estava matriculada no doutorado. No entanto, a participação deles na elaboração de trabalhos científicos foi semelhante, em números absolutos. O critério de escolha da revista para enviar um artigo também foi coincidente entre os dois grupos (representatividade na área). Entretanto, os alunos das Ciências Biológicas costumavam enviar mais artigos para revistas internacionais, enquanto os da Fonoaudiologia enviavam para periódicos nacionais. Em ambos os grupos, o número de mulheres era maior (91% na Fonoaudiologia e 70% nas Ciências Biológicas).
A maior parte dos avaliadores possuía título de doutorado (60%), era professor ou colaborador de alguma instituição de ensino superior, já publicou mais de 30 artigos, emitia menos de cinco pareceres por mês, mas nunca fez curso de escrita/comunicação científica (57%) e também não conhecia página eletrônica ou livro sobre o assunto (54%). Apenas 5% dos avaliadores consultados eram do sexo masculino.
Entre os editores (nacionais e internacionais), a maioria exercia essa função há mais de cinco anos e considerava que um parecer é ruim quando não retrata críticas ao trabalho.