1. Introdução

A escrita científica é um gênero específico, empregado pelos pesquisadores, para divulgar o resultado de seus estudos. A linguagem utilizada em textos acadêmicos é formal e técnica. O objetivo de um autor é alcançar o maior número de leitores possível com as suas informações(1). Por sua vez, o objetivo do leitor é encontrar novidades, em uma leitura rápida e de acesso fácil.

Com o crescente aumento do número de estudantes em cursos de nível superior e de pós-graduação no Brasil(2), o interesse pela pesquisa científica também tem crescido. Entretanto, a maior quantidade de pesquisadores e de artigos publicados não significa que as publicações sejam de qualidade(3,4). Com base nisso, o nível de exigência dos periódicos1 e da concorrência nas publicações tem aumentado cada vez mais. Desta forma, a qualidade da escrita científica é pré-requisito e grande diferencial para a publicação de um artigo. Materiais bem escritos têm mais chance de serem lidos e citados(5,6).

A Fonoaudiologia ainda publica pouco, se comparada a outras áreas como a Medicina e as Ciências Agrárias e Biológicas, por exemplo(7). Essas são ciências mais antigas, mas mesmo se compararmos a Fonoaudiologia à Fisioterapia, o número de publicações ainda é pequeno(8).

Pode haver diferentes motivos para o número reduzido de publicações, como questões de financiamento e de qualidade das pesquisas(9). Entretanto, uma das principais hipóteses é a escassez de formação específica para a elaboração de artigos científicos. Os livros e manuais disponíveis são voltados para a redação científica de trabalhos acadêmicos em geral. Com a internacionalização dos periódicos científicos, há também um obstáculo adicional, que é a tradução dos manuscritos, para que estes possam ser acessados pela comunidade internacional, que dificilmente consulta os periódicos nacionais.