A vida marítima pode ser prazerosa, mas trabalhar em navios não é fácil. O tempo longe de casa, as condições da embarcação, confinamento, enjoos e náuseas causadas pelo balanço do navio são apenas algumas das dificuldades encontradas pelos trabalhadores durante as longas excursões marítimas promovidas pelas empresas de viagens turísticas.
E para verificar o assunto, os autores Nancy Ramacciotti de Oliveira-Monteiro, Gustavo Cardoso Luz Peterlevitz e Rodolfo Eduardo Scachetti, todos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), elaboraram o artigo “Queixas e benefícios associados ao trabalho embarcado: relatos on-line de trabalhadores de cruzeiros marítimos”, publicado na Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, v. 43, em setembro de 2018, periódico associado da ABEC.
Trata-se de um estudo qualitativo baseado na netnografia (etnografia digital, ou a análise de determinado grupo no ambiente virtual), com informações de relatos das condições de trabalho e de vida no mar de funcionários de cruzeiros marítimos, encontradas em 23 blogs. Os resultados foram divididos em duas categorias: queixas e benefícios.
Os autores concluem que, apesar de algumas limitações, as investigações permitiram identificar os pontos positivos e negativos dessa atividade de trabalho. Entre as principais queixas, estão a falta de conforto, problemas de saúde, estados psicológicos negativos e falhas na organização do trabalho. Já entre os benefícios, foram mencionados o salário, oportunidades de viagem e socialização facilitada.
O artigo completo pode ser visto em https://goo.gl/Nqe6GM ou pelo DOI http://dx.doi.org/10.1590/2317-6369000016317.
Tadeu Nunes (4toques comunicação)
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