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A evolução das plantas depende de uma combinação de processos ecológicos e de interações entre as espécies. A dispersão de sementes, por exemplo, é uma estratégia reprodutiva que envolve um conjunto de fatores ecológicos que faz parte da evolução natural da espécie. No entanto, as mudanças ambientais, como a ação do homem e as alterações climáticas, podem afetar esses processos. Por isso, se faz necessário estudar a filogenia (relação evolutiva entre grupos de organismos) das plantas de um bioma para entender a relação entre as diferentes formas de vida e se prever quais mudanças no habitat as espécies podem tolerar.
Este foi o tema do artigo “Evolution of seed dispersal in the Cerrado biome: ecological and phylogenetic considerations” (Evolução da dispersão de sementes no bioma do Cerrado: considerações ecológicas e filogenéticas, na tradução livre), dos autores Marcelo Kuhlmann e José Felipe Ribeiro, divulgado na revista Acta Botanica Brasilica, vol. 30, nº 2, na edição de abril/junho de 2016.
No estudo, foram analisadas todas as diferentes espécies da flora do Distrito Federal, classificadas em categorias como tipos de frutos, síndromes de dispersão, formas de vida e formações de vegetação. Com isso, buscou-se responder se esses parâmetros estavam fortemente relacionados entre si e com a filogenia das plantas do Cerrado para ajudar a entender a evolução das estratégias de reprodução das angiospermas no bioma.
Por fim, o artigo conclui que as estratégias de dispersão e reprodução das plantas do Cerrado estão fortemente relacionadas com as formas de vida da vegetação e com a filogenia das angiospermas, influenciando diretamente a biodiversidade das diferentes formações florestais, savânicas e campestres do bioma. Dessa forma, mudanças ambientais que comprometam a reprodução das plantas do Cerrado podem afetar clados inteiros de organismos, não apenas algumas espécies em particular.
O artigo completo pode ser acessado em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-33062016000200271 ou pelo DOI http://dx.doi.org/10.1590/0102-33062015abb0331.
Tadeu Nunes (4toques comunicação)
comunicacao@abecbrasil.org.br
