quinta-feira , 25 de abril de 2024
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Falência hepática aguda: como obter marcadores precisos para identificar o prognóstico do transplante de fígado?

A falência hepática aguda é caracterizada por uma rápida deterioração da função do fígado sem que o paciente tenha uma doença hepática preexistente. Ela se manifesta através da icterícia (coloração amarelada na pele), problemas na coagulação sanguínea (coagulopatias) e alterações nas funções cerebrais do paciente, causadas pelas toxinas que o fígado não consegue eliminar. Esta última, chamada de encefalopatia hepática, é um importante fator no diagnóstico, e deve ser cuidadosamente monitorada, já que a falência hepática ocorre em pacientes sem problemas de fígado preexistentes, e pode desencadear a falência múltipla de órgãos.

 

Considerando a alta complexibilidade, riscos e custos hospitalares demandados por um transplante, além da limitação de enxertos disponíveis, a indicação ao procedimento deve considerar alguns critérios que sinalizam sobre a provável evolução do quadro do paciente.

 

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, em Portugal, elaboraram uma revisão de literatura para analisar os marcadores atualmente utilizados como parâmetros na seleção de candidatos ao transplante. A investigação, realizada entre outubro e dezembro de 2021, englobou artigos das bases de dados PubMed® e MEDLINE, e o artigo é apresentado no vol. 26 do Brazilian Journal of Transplantation.

 

Foi abordado também o impacto do uso de sistemas artificiais e bioartificiais extracorpóreos, que substituem as funções hepáticas, visando ganhar tempo para o paciente em espera por um enxerto, melhorar o prognóstico pós-operatório e até auxiliar na regeneração do órgão, evitando transplantes desnecessários.

Os autores concluem que a grande variedade de causas e origens da falência hepática é o que dificulta até o momento uma padronização satisfatória dos critérios de seleção dos candidatos ao transplante. A heterogeneidade da síndrome é um limitador da qualidade dos estudos, e mais pesquisas precisam ser feitas para que se validem parâmetros cada vez mais precisos para avaliar os prognósticos e determinar o impacto das terapias de ponte disponíveis.

 

Para ler o artigo na íntegra, acesse: Dias DM, Diogo D, Madaleno J, Tralhão JG. Critérios de seleção para transplantação hepática e modalidades terapêuticas como ponte na falência hepática aguda. Brazilian Journal of Transplantation, 2023. 26(01):e0823. https://doi.org/10.53855/bjt.v26i1.457_PORT. Disponível em: https://bjt.emnuvens.com.br/revista/article/view/457/535

 

Autoria: Rosa Emilia Moraes, jornalista de ciência em Linceu Editorial, São José dos Campos, SP, Brasil (rosaemiliamoraes@gmail.com)

 

 

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