sexta-feira , 29 de março de 2024
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História e arte latino-americanas são tema do Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi

fundo_Artboard 2Uma aula de história da arte é o que oferece um dossiê sobre “Ilustração arqueológica e etnográfica nas Américas”, que o Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas publicou em seu mais recente número. Com organização de Claudia Mattos Avolese, da Unicamp, sete autores discutem interpretações e representações do que, na América Latina, resultou em formas de se ver grupos humanos e de apresentá-los nas mais diversas instâncias do poder.

A edição vol. 12, n. 2, maio-ago 2017, que já está disponível no SciELO, inclui outros onze artigos, um item na sessão Memória e duas resenhas. O Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas é o mais antigo periódico em circulação na Amazônia brasileira e, desde 2016, é publicado em formato exclusivamente eletrônico http://www.museu-goeldi.br/editora/humanas/index.html e acessível também no Issuu, em http://issuu.com/bgoeldi_ch

No dossiê, as análises descortinam o quanto, em arte, muitos dos elementos de então se transformaram. Esse é o caso do artigo de Claire Farago, pesquisadora da Universidade de Colorado, Estados Unidos, que penetrou um mundo de imagens em “retrato” ou “ilustração etnográfica”. Em “The face of the other: the particular versus the individual”, a autora analisa usos e interpretações dos gêneros e chama sociedade, política e história na problematização da perspectiva do observador e do observado. Confira em https://goo.gl/32Cdf

A ilustração arqueológica nos Andes do século XVI ao XIX é do que trata Joanne Pilsbury, do MoMA – Metropolitan Museum of Art. Seu argumento demonstra como a imagem rouba do texto a influência para construir conhecimento sobre a região. Confira no artigo “Ilustración arqueológica en los Andes (1850-1890)”. Veja o artigo completo em https://goo.gl/32Cdf.

Já na proposta de Byron Ellsworth Hamann, linearidade e fragmentação no desenho são alvo da discussão. O autor estudou exemplos da América Central, desde a suas origens nas expressões de desenhos sobre botânica, e aponta que a “leitura” das partes pode interferir no significado. Confira em “Bruno Latour no jardim da ilustração arqueológica”, disponível em https://goo.gl/32Cdf

Uma política que despossui populações originárias num exercício de assimilação do passado tendo como prática a apropriação indébita. O exercício de poder em tempos idos está claro no trabalho de Adam Sellen, da Universidad Nacional Autónoma de México. Em “Giving shape to the past: Pre-columbia in nineteenth-century Mexican literary journals”, o autor demonstra como a elite criolla produziu uma identidade nacional baseada em imagens publicadas na revista “El Museo Mexicano” utilizando elementos pré-colombianos. Saiba mais em https://goo.gl/32Cdf

Escultura e pintura

Do campo das esculturas, vem o trabalho de Luciano Migliaccio. Ao tempo da Corte de D. Pedro II a produção de esculturas foi incentivada e está em logradouros públicos no Brasil. Professor da USP e curador de exposições, o autor discute o uso de imagens arqueológicas e etnográficas nos trabalhos de artistas como Ferdinand Pettrish e de Louis Rochet. Leia a íntegra do artigo “Arqueología, etnografía y el contexto artístico en Brasil en el Segundo Reinado: las obras de los escultores Ferdinand Pettrich y Louis Rochet” em https://goo.gl/32Cdf

Visitas a monumentos e o estudo de gravuras e desenhos da Antiguidade, realizados durante viagem à Itália no ano de 1834 pelo artista Manuel Araújo Porto-Alegre, foram definitivos para a sua formação e carreira no Brasil. Confira, de Letícia Squeff, “A Grand Tour de um brasileiro: a importância da Itália nas ideias de Manuel de Araújo Porto-Alegre”, em https://goo.gl/Gu63LB

Cuias e cachimbos, motivos asiáticos e artistas modernistas. Mãos indígenas pintaram os motivos na Monte Alegre jesuíta e artistas como Manoel Pastana e Theodoro Braga se inspiraram nessa tradição como elemento de renovação de sua obra autoral. Leia de Renata Maria Almeida Martins: “Cuias, cachimbos, muiraquitãs: a arqueologia amazônica e as artes do período colonial ao modernismo”, publicado em https://goo.gl/32Cdf

Jimena Felipe Beltrão, jornalista e editora científica do Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas

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