quarta-feira , 9 de outubro de 2024
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Acolhimento e colaborativismo na Ilha da Magia

Por Alvaro Bussab

 

Em agradecimento ao cuidado com que nos foi oferecido o XV ENEC pela equipe da ABEC e ao carinho com que fomos recebidos, contribuo com minha reflexão sobre um pouco do que foi compartilhado no evento.

Vivemos um momento de crise e, como enfatizado na brilhante conferência magna proferida pelo Prof. Marins, estes são solos férteis para oportunidades de mudanças e de reflexões.

No mundo corporativo, fases como essas demandam soluções eficientes, sendo a mais simples delas a de se centralizar processos repetitivos das áreas para reduzir custos produtivos e demandas administrativas.

Já em ambientes acadêmicos, acostumados ao descontrole de recursos e cuja cultura da solidariedade e do compartilhamento de informações não é unânime, são raras as vozes em torno de propostas colaborativas ou centradas na eficiência.

Imagem: Arquivo Pessoal

Mas não é que, logo no primeiro painel, sobre os portais das universidades catarinenses, assistimos à apresentação de uma abordagem nova na forma de se de publicar e editar revistas acadêmicas?

Na iniciativa óbvia de abraçar e acolher suas revistas, estas universidades fizeram seu dever de casa e centralizaram nos seus “portais” processos técnicos, gerenciais e políticos. Com isso, conseguiram para seus editores uma redução da árdua tarefa de gerenciar questões que não deveriam, mas que fazem parte das suas atribuições, liberando-os para focarem-se na qualidade científica das suas revistas. E não pensaram somente nas revistas existentes, mas até naquelas que ainda estão em estágio embrionário! Uma brilhante e corajosa iniciativa que abrange simultaneamente o tripé “profissionalização, internacionalização e sustentabilidade” tão em voga, e preconizado nas novas diretrizes da SciELO Brasil.

Ao enxergar suas respectivas coleções de revistas como um bem único, fundamental e estratégico, e ao propiciar soluções padronizadas e mais eficientes, estas instituições deram um passo além ao mero “portal de periódicos”, flertando com o papel de “editoras institucionais”.

Para saber um pouco mais, vale conferir o exemplo da UFSC, detalhado na apresentação proferida na ocasião e disponibilizada no link: http://prezi.com/pd6bx6yqbpul/?utm_campaign=share&utm_medium=copy&rc=ex0share.

Outra iniciativa colaborativa vem da própria ABEC, que oferece aos seus sócios serviços e tecnologias adquiridas “no atacado”, reduzindo custos e simplificando processos de contratação. Esta é também a solução que a SciELO adota ao negociar contratos de grande volume com prestadoras internacionais e nacionais, e que com isso vem conseguindo otimização de custos e a viabilização da plataforma.

Serão estes indícios de que em breve teremos aqui no Brasil editoras científicas institucionais de revistas com os padrões de profissionalização, internacionalização e sustentabilidade equivalentes às de Oxford, MIT ou Cambridge? Não custa sonhar ao embalo do mar catarinense…

 

 

Alvaro Bussab colabora com as revistas científicas brasileiras desde 1995 e é diretor da Caboverde, uma prestadora de serviços sediada em São Paulo, com clientes em vários países Latino-Americanos, África do Sul e Espanha. Na sua trajetória, tem acompanhado com entusiasmo e dedicação o processo de transição das revistas impressas à ciência semântica e colaborativa.

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