![Parte dos participantes posou para foto no final do CEC 2017](http://www.abecbrasil.org.br/novo/wp-content/uploads/2017/06/final-300x154.jpg)
Na última manhã de atividades da XXV edição do Curso de Editoração Científica da ABEC, realizado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, em São Paulo, entre os dias 21 e 23 de junho, as principais atividades se concentraram no encerramento do minicurso ProCPC sobre Ética na publicação e em duas mesas-redondas sobre avaliação e métricas para periódicos. Durante as discussões, os participantes puderam fazer perguntas e interagir com os palestrantes.
![minicurso](http://www.abecbrasil.org.br/novo/wp-content/uploads/2017/06/minicurso-300x200.jpg)
Minicurso – Ética na publicação – Na parte final do minicurso, coordenado pelos professores Sigmar M. Rode, da Unesp e ABEC e Edson Watanabe, da UFRJ, foram relembradas algumas personalidades brasileiras que, apesar das contribuições em suas respectivas áreas, não tiveram o devido reconhecimento. Os exemplos serviram para que o professor Sigmar provocasse os alunos com a frase: “Precisamos gostar do Brasil e termos orgulho de ser brasileiros”.
O professor ainda destacou que há uma sobrecarga de informações científicas sendo publicadas. “O PubMed adiciona uma média de mais de dois resumos por minuto em sua base de dados e isso apenas em ciências médicas e da vida. Se isso não equivale à sobrecarga de informação, então o que seria?”, indagou. Sigmar ainda abordou os temas: “Funções e responsabilidade na publicação”; Identificação da má conduta e orientações para ação”; “Funções e responsabilidade do editor”, tanto no que diz respeito ao peer review como em relação aos revisores, a liberdade editorial e os conflitos de interesse. “Um autor é geralmente considerado como aquele que deu contribuição intelectual substancial. No passado, os leitores de periódicos tinham pouca informação sobre o papel de cada um na confecção do trabalho, e alguns periódicos têm dado maior importância a isso, solicitando aos autores sua contribuição no estudo, pelo menos em pesquisas originais”, frisou.
![????????????????????????????????????](http://www.abecbrasil.org.br/novo/wp-content/uploads/2017/06/DSC_0208-300x200.jpg)
“Métricas para periódicos” – Enquanto isso, no auditório Altino Antunes, os participantes assistiram à apresentação de Bruce Rosenblum, do Inera, sobre JATS, XML, and Related Publishing Standards. Em seguida, foi realizada a mesa-redonda “Métricas para periódicos”, com a participação de Ariane Fernández, que falou sobre “Fator de Impacto”; Milton Shintaku, do Ibict, que apresentou dados sobre Webmetria e Andréa Gonçalves do Nascimento, da Unirio, que abordou o tema Altmetrics.
![Mesa-redonda](http://www.abecbrasil.org.br/novo/wp-content/uploads/2017/06/DSC_0269-300x200.jpg)
Shintaku destacou que o surgimento da web trouxe mudanças na relação com a informação. Foram criados sites e portais e disseminou-se a web 2.0, por meio da qual os usuários se tornaram publicadores de informação. Ele falou sobre a webometria (define a utilização de métodos infométricos na Web), relação entre as métricas, relação entre links, indicadores e aplicações webometricas o estudo webométrico de revistas.
![Milton Shintaku, da ABEC](http://www.abecbrasil.org.br/novo/wp-content/uploads/2017/06/DSC_0260-300x200.jpg)
Andréa Gonçalves falou sobre Altmetrics e destacou, ao reproduzir um pensamento de Dylan Parker, Associate Publisher at BioMed Central, que é preciso apoiar os autores na compreensão do impacto da pesquisa como ela ocorre, fornecendo medidas de uso do artigo a partir da citação tradicional, downloads e acessos para entender a cobertura da mídia, o compartilhamento de artigos e outras referências que colocam esse uso em contexto. Ela ainda frisou que citações, estatísticas de uso e altimetria são todos indicadores importantes e imperfeitos dos valores refletidos pelo termo impacto acadêmico. Andréa ainda explicou sobre o funcionamento das ferramentas de altimetria, métricas alternativas e como atrair possíveis autores.
Mesa-redonda – Após o intervalo, Márcio Zeppelini, da Zeppelini Publishers, apresentou uma solução on-line para revisão e tradução de manuscritos. Em seguida, foi realizada a mesa redonda –“Objetivos, resultados e consequências da avaliação de periódicos”, com a participação de Geraldo Brasileiro, da UFMG; Rui Seabra Ferreira Jr, da Unesp e presidente da ABEC, e Abel Packer, do SciELO.
![Geraldo Brasileiro, coordenador da Capes](http://www.abecbrasil.org.br/novo/wp-content/uploads/2017/06/Geraldo-Brasileiro-300x200.jpg)
Capes – O primeiro a fazer uso da palavra foi Geraldo Brasileiro, coordenador de Medicina II da Capes, que tratou dos critérios Qualis para classificação de periódicos. Ele falou sobre o Sistema Qualis, Qualis Periódicos, além dos Princípios e Critérios de Estratificação. Em relação à pontuação docente e discente ele destacou que A1 equivale a 100 pontos e B5 de 1 a 10 pontos. Como referenciais dos periódicos, citou: perfil do periódico, bases de indexação, índices bibliométricos, periódicos estrangeiros e nacionais e número de programas de pós-graduação que publicam no periódico.
Como fatores de exclusão, Brasileiro destacou os periódicos que não atendem a boas práticas editoriais ou a listas de organismos internacionais. Em relação aos critérios de estratificação, o palestrante elencou: Perfil do Periódico (considerando o corpo editorial, periodicidade, fluxo de artigos, aderência à área e periódico de Sociedade Científica). Sobre a importância do Qualis, o coordenador da Capes citou como argumentos: Sistema de Parametrização, Transparência, Reprodutibilidade, Orienta a avaliação e mencionou algumas limitações. “Periódico C não atende boas práticas editoriais e não preenche critérios de A1 a B5”, destacou.
Logo em seguida, Rui Seabra Ferreira Jr falou sobre os critérios do CNPq para avaliação de periódicos.
![Rui Seabra é presidente da ABEC](http://www.abecbrasil.org.br/novo/wp-content/uploads/2017/06/Rui-300x200.jpg)
CNPq – Rui argumentou que o objetivo da chamada MCTI/CNPq Nº 24/2015 – Apoio a Editoração e Publicação de Periódicos Científicos é apoiar propostas que visem incentivar a editoração e publicação de periódicos científicos brasileiros de alta especialização em todas as áreas de conhecimento de forma a contribuir significativamente para o desenvolvimento científico e tecnológico e inovação do País. O palestrante ainda apresentou tabelas com dados sobre a distribuição do número de propostas, montante solicitado e disponibilidade de recursos por área do conhecimento. “Em 2015 foram submetidas 244 propostas, enquanto em 2016 foram 186, havendo, então, uma diminuição no número de propostas recebidas de aproximadamente 23,8%. Em relação ao recurso global solicitado para esta Chamada (R$14.893.248,08) houve uma redução de 19,8% em relação a 2015 (R$18.567.856,46)”, destacou.
O presidente da ABEC apresentou os critérios de análise e julgamento e esclareceu que entre os critérios gerais estabelecidos pelo Comitê do CNPq está o de que nenhuma proposta que obtivesse nota menor do que 3,0 fosse recomendada. “Nas áreas de Ciências Humanas, Sociais Aplicadas e Letras, Linguística e Artes, os membros do Comitê fixaram como nota de corte o valor de 3,6 não recomendando propostas abaixo desta nota”, acrescentou.
Rui ainda elencou as propostas aprovadas e o montante de recursos alocados nas Grandes Áreas do Conhecimento. “Decidiu-se que a partir da Chamada 2017 não devem ser recomendadas as revistas que cobrem taxa de submissão”, citou.
SciELO – Fechando a rodada de apresentações, Abel Packer, do SciELO, citou estatísticas de produção científica brasileira indexada na Web of Science e no Scopus. Citou as Políticas e programas nacionais e institucionais em informação científica (acesso à informação científica, publicação em periódicos de alto impacto, fortalecimento dos periódicos do Brasil, repositórios de acesso aberto, transferência de conhecimento, divulgação científica, revisões sistemáticas, avaliações, entre outros.
![Abel Packer, do SciELO](http://www.abecbrasil.org.br/novo/wp-content/uploads/2017/06/Abel-300x200.jpg)
Em relação ao Programa SciELO Brasil, Abel colocou que o objetivo é contribuir para o avanço da pesquisa e sua comunicação. As linhas prioritárias são: profissionalização, internacionalização e sustentabilidade financeira. O palestrante também apresentou estatísticas sobre a evolução anual do número acumulado de periódicos indexados, excluídos e do saldo de alvos da SciELO Brasil no final de cada ano; a evolução anual do número total de documentos e de artigos indexados e ainda a proporção de artigos em inglês divididos por áreas temáticas. “Os periódicos brasileiros devem buscar credibilidade e valorização, precisam inovar por meio da desintermediação e colocar como desafio o acesso aberto com sustentabilidade”, observou.
Durante os três dias do CEC 2017 foram realizadas palestras e mesas-redondas que trouxeram aos participantes temas discutidos mundialmente. A intenção foi capacitá-los para praticarem, cada vez mais, uma divulgação científica de qualidade.
![Diretoria da ABEC, ao final do evento](http://www.abecbrasil.org.br/novo/wp-content/uploads/2017/06/Diretoria-300x200.jpg)
Próximo evento – O próximo evento da Associação, o “ABEC Meeting 2017” será realizado entre os dias 6 e 9 de novembro, em Curitiba. Será voltado para editores científicos mais experientes e discutirá como tema central a sustentabilidade e a internacionalização dos periódicos científicos. As apresentações dos convidados que palestraram nos três dias do evento estão disponíveis no site da ABEC: https://www.abecbrasil.org.br/eventos/xxv_curso/index.asp
Leandro Rocha (4toques comunicação)
comunicacao@abecbrasil.org.br