É inegável que o futebol é um esporte amado pelos brasileiros. A disputa do jogo de bola mexe com a paixão e com a emoção do povo. E se hoje os estádios são vistos como ambientes predominantemente masculinos, no começo do século XX, durante os primeiros anos do futebol no Brasil, as coisas eram bem diferentes, com a presença marcante de mulheres e famílias nos estádios.
Este tema é abordado no artigo “A mulher nos estádios: das plumas ao disfarce”, de Elisabeth Murilho da Silva, da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), publicado na revista dObra[s], v. 4, nº 9, de 2010, periódico associado da ABEC.
O texto contextualiza a chegada do esporte britânico às terras tupiniquins, como uma atividade amadora adotada pela elite brasileira. Com isso, as arquibancadas ficavam lotadas de moças elegantes, acompanhadas da família – com irmãos ou namorados em campo –, vestidas de acordo com a moda europeia da época, com chapéus enfeitados de flores e plumas, que davam um colorido peculiar ao local.
Com o acirramento das disputas dentro de campo, principalmente com finais entre times do Rio de Janeiro e de São Paulo, os ânimos foram se acirrando. O tom bélico dado pela imprensa esportiva da época contribuiu para a mudança. Da frenética paixão, nascem as torcidas organizadas, que passam a utilizar a violência contra outras torcidas. E uma das soluções encontradas pelas moças para se preservarem foi se afastar dos estádios.
O estudo mostra ainda que, para não atrair os gracejos dos homens e evitar as brigas que começam a surgir, as mulheres, principalmente na década de 60, passaram a utilizar camisetas dos times como “disfarces”, o que não destacavam seus atributos físicos, com exceção dos cabelos que normalmente ficavam aparentes.
O artigo completo e todo o contexto histórico da mudança podem ser acessados em https://goo.gl/9s4wrb.
Tadeu Nunes (4toques comunicação)
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