A AIDS não possui cura e é uma doença que deve ser tratada com cuidado e atenção especial, principalmente quando os pacientes são crianças. A baixa imunidade do enfermo ainda abre espaço para doenças infecciosas graves, como o caso da tuberculose.
Mas apesar da complexidade do HIV e suas consequências, a epidemia foi controlada com eficácia na maior parte do mundo – inclusive no Brasil. Na Holanda, por exemplo, com um cenário muito diferente, tal controle também funcionou de maneira muito satisfatória.
Mas seria possível elaborar uma comparação entre dois países tão distintos na forma como controlaram uma moléstia grave?
Com a questão em mente, os holandeses Lizette Krist e Ger Rijkers, da University College Roosevelt, desenvolveram o estudo “HIV e tuberculose pediátrica no Brasil e Holanda, uma comparação” (do título original “Pediatric HIV & TBC in Brazil & the Netherlands, a comparison”), publicado na Revista Residência Pediátrica, v. 7, nº 1, de 2017, periódico associado da ABEC.
A opção por Holanda e Brasil foi feita pela grande diferença entre os países, tanto na parte cultural, como com relação ao sistema de saúde. O relatório é o produto final de um estágio acadêmico realizado entre julho e dezembro de 2015. A primeira parte foi feita no Rio de Janeiro, no hospital infantil do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), e a segunda, na Holanda, onde várias conferências foram realizadas e pessoas entrevistadas acerca do tópico.
Para os autores, tal disparidade não possibilita uma comparação satisfatória. Pode-se afirmar, no entanto, que ambos os sistemas são impressionantes, com médicos aplicados e dedicados, com zero chance de uma epidemia de tuberculose e HIV não ser controlada.
Por fim, afirmam que para futuras pesquisas seria importante também conversar com funcionários do governo dos países estudados. Conhecer o sistema de saúde de mais lugares ao redor do mundo, especialmente daqueles com dificuldades, também seria de grande valia para um aprendizado mais completo e, consequentemente, uma maior colaboração entre eles.
O artigo pode ser lido, na íntegra, no link https://goo.gl/3jwNRb. Ou procurando pelo DOI da revista, em https://doi.org/10.25060/residpediatr.
Tadeu Nunes (4toques comunicação)
comunicacao@abecbrasil.org.br