A obra de Machado de Assis, Dom Casmurro, traz inúmeras questões e reflexões aos leitores. A exemplo da eterna dúvida se Capitu traiu ou não traiu Bentinho, o autor se utiliza do estilo literário e de outros elementos narrativos para entreter e tornar a história ainda mais atraente.
Tendo isso em vista, a autora Geanneti Tavares Salomon produziu o artigo “Registros realistas da moda em Dom Casmurro”, publicado na Revista dObra[s], v. 4, n. 10, de 2010, periódico associado da ABEC.
O trabalho analisa as descrições do vestuário e da configuração corporal dos personagens em Dom Casmurro, para demonstrar o seu funcionamento no romance como parte do jogo irônico presente na narrativa. Segundo a autora, Machado de Assis faz uso da moda como elemento importante para a construção da ironia, tornando-a um suporte para a caracterização de personagens ambíguas e deslizantes – e não mais reais e mais próximas do leitor, como seria esperado.
O artigo conclui que há um jogo entre o ser e o (a)parecer, entre o mostrar e o esconder, em que há muitas insinuações, mas sem confirmações. E essa união entre o espaço ficcional da moda e o espaço ficcional da literatura da obra de Assis ainda torna possível o vislumbrar do paradoxo entre a construção das personagens pelo vestuário e seu desnudo como ficção, tornando-se parte do jogo irônico, passível de várias interpretações.
O artigo completo pode ser lido em https://goo.gl/5fp2Jo ou pelo DOI https://doi.org/10.26563/dobras.v4i10.185.
Tadeu Nunes (4toques comunicação)
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