Os humanos gostam de criar simbologias e significações para as coisas. Desde objetos, cores ou até mesmo animais, nada escapa das superstições. Em determinadas religiões, a vaca é um animal sagrado. Em outras, quem comanda são os ratos. Na Amazônia, as comunidades tradicionais também possuem suas visões e valores simbólicos para a fauna da região.
Assim, os autores Felipe de Oliveira Jacinto e Flávio Bezerra Barros, ambos da Universidade Federal do Pará, elaboraram o artigo “Sorte, dinheiro, amor…: o que os ‘animais’ da Amazônia podem fazer por nós, ‘humanos’?”, publicado no Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, v.14, n.3, de setembro/dezembro de 2019, periódico associado da ABEC.
Trata-se de um estudo etnográfico, descritivo da cultura, sobre o universo de simbologia da relação entre os seres humanos e os animais na Reserva Extrativista Mapuá, na ilha do Marajó, no Estado do Pará. Ele apresenta os resultados a partir de percepções cosmológicas, observando a estrutura como um todo, dadas aos bichos encontrados na Unidade de Conservação local, colhidos após observações e entrevistas semiestruturadas.
A conclusão aponta para uma relação íntima e conectada entre as variadas formas de vida, num contexto típico amazônico. Citam a ausência do Estado e como esta se traduz em animais ‘recebendo’ poderes e intenções que suprem as necessidades humanas. Por fim, falam sobre a as particularidades, a adaptação diária aos ciclos naturais e os reflexos na sobrevivência do povo.
O artigo completo pode ser lido em http://bit.ly/3ahquXk ou pelo DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981.81222019000300013.
Tadeu Nunes (4toques comunicação)
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