A discussão das desigualdades de gênero é um dos principais temas da sociedade atual. Mas muitas vezes a conversa deixa o campo da educação, de argumentos feitos com embasamento teórico e científico, para entrar num ambiente de senso comum e pensamentos sem fundamento. Além de empobrecer o debate, tais apontamentos também abrem margem para distorções da realidade e consequências sociais negativas.
Posto isso, os autores Richard Miskolci e Pedro Paulo Gomes Pereira, ambos do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), produziram o artigo “Educação e Saúde em disputa: movimentos anti-igualitários e políticas públicas”, publicado na revista Interface – Comunicação, Saúde, Educação, v. 23, de 2019, periódico associado da ABEC Brasil.
O texto mostra como as propostas de inclusão de igualdade entre homens e mulheres, com abordagens antidiscriminatórias, nos ensinos fundamental e médio passaram a ser contestadas e postas como “ideologia de gênero”, e o ensino superior começou a ser criticado por adotar ações afirmativas. Além disso, apontam os reflexos da atuação dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) conforme estas envolviam diferenças de gênero, sexualidade e étnico-raciais.
Os resultados mostram como, tanto na área da educação como na da saúde, determinados grupos políticos contrários ao progresso dos direitos sexuais e reprodutivos põem em ação uma agenda anti-igualitária. Essa conduta, inclusive, ainda reforça as desigualdades de classe e étnico-raciais.
O texto completo pode ser visto em https://bit.ly/3fNuAsI ou pelo DOI: https://doi.org/10.1590/interface.180353.
Tadeu Nunes (4toques comunicação)
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