quinta-feira , 10 de outubro de 2024
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Relatório dos periódicos brasileiros de 2019/2020 no Web of Science é divulgado

O relatório dos periódicos brasileiros 2019/2020 no Web of Science (WOS), gentilmente cedido à ABEC Brasil pela Clarivate Analytics, foi divulgado. O documento é uma das principais referências do país para analisar a qualidade de uma revista científica.

Além do Fator de Impacto (FI), a classificação aponta o Total Cites, total de citações no último ano na base de dados da Journal Citation Reports (JCR), bem como o Eigenfactor, cálculo que leva em consideração o número de vezes que os artigos da revista foram citados nos últimos cinco anos, mais a influência da revista na qual foi citado.

A relação completa pode ser vista neste link: https://www.abecbrasil.org.br/arquivos/fator_impacto20.pdf.

O Journal of Materials Research and Technology – JMR&T apresentou o maior índice entre os brasileiros, com 5.289 de Fator de Impacto. A revista Perspectives in Ecology and Conservation também apresentou boa marca, com 3.563.

Com resultado acima de 2 pontos, os periódicos Diabetology & Metabolic Syndrome (2.709), Brazilian Journal of Microbiology (2.428), Journal of Venomous Animals and Toxins Including Tropical Diseases (2.262), Brazilian Journal of Physical Therapy (2.100), Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (2.070), Jornal de Pediatria (2.029) e Brazilian Journal of Medical and Biological Research (2.023) também se destacaram na lista.

Ciência nacional
E o aumento dos números brasileiros tem justificativa. Editores estão mais conscientes e comprometidos com seus periódicos, buscam se informar com maior frequência, para tornar os processos editoriais mais eficientes e tentar dar mais visibilidade à ciência.

Ricardo Azevedo é ex-vice-presidente da ABEC Brasil
Ricardo Azevedo é ex-vice-presidente da ABEC Brasil

“É importante mencionar que em anos passados, até o JCR 2013, o Brasil teve periódicos com FI suprimido. Ou seja, FI cancelado por um certo período devido a padrões de citação anômalos. De lá para cá, nenhum periódico brasileiro passou por este tipo de problema, o que mostra maior seriedade e conscientização da importância dos padrões éticos”, cita o professor da Universidade de São Paulo (USP) e ex-vice-presidente da ABEC Brasil, Ricardo Azevedo.

Azevedo cita a relevância da participação dos eventos da ABEC e da SciELO para o avanço. “Eles procuram orientar e assessorar os periódicos, não só os associados. Existem obviamente outros fatores. Por exemplo, maior suporte de editoras brasileiras e estrangeiras aos periódicos do Brasil”, pontua.

Observar outras métricas também é fundamental, para que a avaliação se torne mais fidedigna. “É importante também olhar para estes outros índices divulgados para os periódicos pelo JCR, pois podem dar importantes indicativos de tendências e características do próprio periódico. O FI é apenas um deles”, diz o docente.

Fator de Impacto
O cálculo do fator de impacto por ano de uma revista é a soma de todas as citações que ela recebeu nos dois anos anteriores dentro da coleção, dividido pelo total de artigos publicados no mesmo período. O cálculo é feito apenas entre as revistas que compõem a coleção Web of Science (WOS), serviço de indexação.

E ter um alto FI significa maior visibilidade, chamando mais a atenção do potencial autor. E mesmo que nem todos os artigos publicados no periódico foram ou serão citados, o índice atrai os olhares dos pesquisadores.

“Outro aspecto fundamental, e o mais importante, na minha opinião, no entendimento e uso do FI, é que cada área tem suas peculiaridades e especificidades. Isso significa que nunca podemos comparar absolutamente FI de área distintas. Se para uma área um fator de impacto de 1.000 é baixo, este mesmo valor pode ser considerado alto em outra distinta. E para ponderar as diferenças, existem outros índices e métricas relacionados ao fator de citação, como o CiteScore da Elsevier-Scopus”, afirma Azevedo.

Questionado sobre maneiras de aumentar o fator de impacto dos periódicos, a resposta vem rápida e fácil: publicar artigos melhores. Portanto, é natural que estudos com mais novidades e maior originalidade alcancem valores elevados.

“Existem estratégias éticas perfeitamente viáveis. Por exemplo, reduzir o número de artigos publicados se houver número elevado de submissões. O fato de ter que reduzir o número de artigos publicados deve, em princípio, levar a uma seletividade maior e possivelmente a publicação de artigos com maior potencial de serem citados. Ou publicar mais artigos de revisões, que normalmente são mais citados. Apenas um detalhe importante é que é preferível publicar artigos de revisão no início do ano para ter uma ‘janela’ maior dentro do período de citação”, aponta o ex-vice-presidente.

Rumo certo
De acordo com o professor Ricardo Azevedo, os periódico brasileiros estão no caminho certo. Editores e equipe editorial mais envolvidos e com maior conhecimento da dinâmica da ciência – que avança a passos largos. Há também o papel dos bibliotecários, mais presentes, dando suporte a todos os agentes envolvidos nos processos de publicação.

“Por outro lado, é lamentável que o apoio das agências de fomento para periódicos ainda é pequeno. Na verdade o papel da agência de fomento não é o mesmo de uma editora, mas pode ajudar muito particularmente periódicos que estão se estabelecendo. Ainda, não acho saudável a multiplicação de revistas. Fico preocupado e acho que merece atenção o fato de que, desde 2014, o número total de periódicos no JCR pouco cresceu. Eram 118 e temos 122, no JCR 2019”, finaliza.

Sobre Leandro Rocha

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