sábado , 5 de outubro de 2024
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Quanto custa e quanto rende o lixo doméstico gerado por dia, mês e ano em um munícipio?

O questionamento do título desta matéria é respondido através do estudo “Quanto custa e quanto rende o lixo doméstico gerado por dia, mês e ano na cidade de Guarulhos – Um olhar socioeconômico dos seus restos”, do Prof. Dr. Márcio Magera Conceição.

O trabalho mostra o funcionamento e aplicabilidade do programa VERDES, usando a cidade de Guarulhos, em São Paulo. A geração de resíduos sólidos domésticos vem aumentando muito nas últimas décadas, e os órgãos públicos responsáveis pela gestão destes resíduos vêm adotando a reciclagem como uma das formas de reutilizar o lixo urbano, não somente como matéria-prima, mas também como gerador de emprego e renda a classes com menos formação educacional.

A cidade de Guarulhos tem um potencial anual de R$ 613.477.969,00, quando se aplica a logística reversa, utilizando o VERDES. Parte desses valores poderiam voltar aos cofres públicos, se fosse adotada a coleta seletiva para 100% da sua geração de lixo urbano e ele fosse reciclado. Mas, como é visto neste artigo, a cidade perde 380 milhões de reais por ano, por não adotar uma política de gestão de resíduos que aproveite o total da sua geração, mesmo assim, ainda gera 15.865 empregos de um salário-mínimo por ano com a reciclagem dos resíduos urbanos já implantada na cidade de maneira formal/informal.

Segundo o estudo, o resultado anual total em reais obtidos pela aplicação da reciclagem formal/informal dos RSD urbanos da cidade de Guarulhos, considerando a economia de matéria-prima, energia elétrica e água (a preço de mercado) destes fatores é de R$ 230.747.192,00. Entretanto, o total em reais perdido pela não-reciclagem destes mesmos fatores é de R$ 382.730.776,00, milhões que foram jogados nos aterros sanitários/lixões de forma inadequada, propiciando um passivo ambiental que as próximas gerações irão pagar.

Se utilizado como referência o valor que foi reciclado (formal/informal), a geração de emprego foi de 15.865 e a perda de geração de emprego pela não-reciclagem foi de 26.315. Nota-se que a cidade de Guarulhos vem enterrando 26 mil novos postos de trabalho anualmente pela não utilização do processo de reciclagem dos seus RSD e destinando 120 milhões de reais por ano do orçamento para as despesas de varrição, coleta e destinação do lixo, procurando atender assim, a Lei Federal 14.026/2020, conhecida como novo marco regulatório do saneamento básico.

Os valores acima, do ganho da reciclagem, saíram do custo da reciclagem, que foi de R$ 84.221.690,00, menos o custo evitado com a coleta, de R$ 20.213.205,00, mais o ganho de energia elétrica, de R$ 77.639.709,00, mais o ganho de matéria-prima, de R$ 189.355.558,00, mais o ganho de água, de R$ 27.760.409,00, totalizando um ganho com a reciclagem formal/informal do município de R$ 230.747.192,00 e uma perda anual de receita de R$ 382.730.776,00 pela não adoção da coleta seletiva e reciclagem dos RSD gerados anualmente pelo município.

Confira o artigo na íntegra em https://recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/1609

 

Autor: Prof. Dr. Márcio Magera Conceição. Economista pela PUC- Campinas. MBA de Marketing pela ESAMC, Sorocaba. Mestrado em Administração pela UNG – Guarulhos. Mestrado em Sociologia pela PUC – São Paulo. Doutor em Sociologia pela PUC – São Paulo. Doutor em Filosofia da Administração pela FCU – EUA, diploma Reconhecido no Brasil pela Universidade UNAMA, Pará. Pós Doutor Unicamp – Campinas. Pós Doutor FCU – EUA. Pós Doutor Universidade de Coimbra- Portugal. Jornalista e Escritor. Avaliador do MEC/INEP, há 16 anos. Pró Reitor da Universidade de Guarulhos, SP. Pesquisador do grupo de cientistas da Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, Portugal. Pesquisador da Universidade Paulista, UNIP. Professor do programa de mestrado Geoambiental da Universidade Guarulhos. Editor chefe da RECIMA21.

Sobre Leandro Rocha

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