Os processos de avaliação, em sua maioria, ainda têm sido demandados e conduzidos de forma a não se considerar o racismo estrutural em muitos casos. A questão racial acaba sendo, constantemente, uma categoria de análise secundarizada ou ignorada nos processos avaliativos. Nesse sentido, o manifesto “Lente Preta – avaliação e equidade racial: Manifesto por uma avaliação antirracista” enfatiza a importância de que projetos, programas e políticas sejam avaliados em busca de equidade racial.
As reflexões são fruto da atuação de um movimento de avaliadoras/es negras/os que compreendem que a sua negritude fortalece e impulsiona leituras de mundo sob as lentes de quem não só vê a questão racial, mas também as vive, dentro e fora do campo da avaliação.
No Brasil, institutos, fundações, empresas e poder público têm se apoiado cada vez mais em processos de avaliação para aperfeiçoar políticas, programas e projetos e dar mais transparência e maior legitimidade às suas ações. A adoção sistemática de instrumentais técnicos e o uso de parâmetros para analisar o alcance e a efetividade das ações realizadas têm permitido um olhar mais qualificado para tais ações. Isso evidencia o quão significativos são os ganhos na condução de processos avaliativos, e talvez, por isso, o uso da avaliação esteja sendo cada vez mais difundido e incorporado aos processos de gestão por diferentes instituições.
O manifesto tem como autores Diana Mendes dos Santos, Kleber Valadares, Marcia Malaquias Braz, Nilson Vieira Oliveira, Walquiria Tiburcio e pode ser conferido na íntegra através do link https://doi.org/10.4322/rbaval202211002