Entre os doces que fizeram parte da mesa do brasileiro durante as últimas gerações, o mel, certamente, está entre os prediletos. O produto, que ajuda a movimentar a economia do país, responde por uma produção média de 10 kg por colmeia. De acordo com a Confederação Brasileira de Apicultura, nos próximos dez anos o mercado mundial deve aumentar sua demanda de mel em 170 mil toneladas.
Por esses e por tantos outros motivos, o mel tem sido cada vez mais alvo de análises minuciosas por parte dos pesquisadores. O estudo desenvolvido por cientistas do Núcleo de Agroecologia da Embrapa Meio-Ambiente, de Jaguariúna e do Grupo de Engenharia de Processos (GEPC) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), de Campinas, teve como objetivo esclarecer as peculiaridades do Mel de Abelhas Sem Ferrão e apresentar uma proposta de Regulamento Técnico de Identidade e Padrão. A intenção é possibilitar sua comercialização no Estado de São Paulo, contribuindo assim para a disponibilidade de um produto seguro e de qualidade para o consumidor final.
Para divulgar esse trabalho, os pesquisadores Ricardo Costa Rodrigues de Camargo, Karen Linelle de Oliveira e Maria Isabel Berto elaboraram o artigo “Mel de abelhas sem ferrão: proposta de regulamentação”, publicado pela revista Brazilian Journal of Food Technology (v.20 – jan/2017), do ITAL/Campinas, associada da ABEC. De acordo com a publicação, por ser mais ácido e apresentar maior teor de umidade, seu sabor é peculiar e sua viscosidade é menor quando comparada ao mel proveniente da espécie exótica Apis mellifera. Devido a essas diferenças, esse produto necessita do estabelecimento de parâmetros físico-químicos específicos que sejam referência tanto para controle de qualidade como para sua comercialização. “Os méis das abelhas sem ferrão são produtos únicos da biodiversidade brasileira, presentes e valorizados pela cultura popular desde os povos originais das Américas”, observam os especialistas.
Também segundo o artigo, a diversidade de flora e biomas do Brasil e a grande variedade de espécies de abelhas sem ferrão existente conferem a esse mel um enorme potencial para produção e valorização dessa variedade de méis produzidos por essas abelhas. Além da importância econômica para os produtores, esse produto possui características sensoriais diferenciadas dos méis tradicionalmente consumidos no Brasil, tornando-o um produto com alto valor agregado.
Confira o artigo na íntegra em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1981-67232017000100900&lng=pt&nrm=iso&tlng=en
Leandro Rocha (4toques comunicação)
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