quinta-feira , 28 de março de 2024
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Brasil precisa criar ambiente que facilite a pesquisa em empresas

Um país que promova medidas que facilitem e impulsionem as empresas a desenvolverem pesquisas e investimentos em ciência, tecnologia e inovação. Essa é a visão pensada pelo vice-presidente sênior da Elsevier Research Networks e ex-diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz. “Ainda não se reconheceu no debate sobre ciência, tecnologia e inovação no país que a empresa é um lugar muito importante da pesquisa. No mundo inteiro a empresa é um lugar onde se cria conhecimento, às vezes mais avançado do que na universidade”, disse Brito Cruz. Ele menciona que um exemplo nesse sentido é o que está ocorrendo na computação quântica, em que empresas como Google, Microsoft e IBM estão liderando a pesquisa nessa área.

“A empresa é um lugar essencial da pesquisa que vai levar ao desenvolvimento econômico. A maior parte da economia de um país não é movida por ideias da universidade, mas por pessoas que se educaram nessas instituições e foram trabalhar em empresas. É daí que vem o PIB (Produto Interno Bruto)”, avaliou Brito Cruz, que ainda ponderou: “Para ser um lugar relevante da pesquisa, a empresa precisa empregar pesquisadores e não só estabelecer parcerias com universidades.

No Brasil, o número de pesquisadores presentes nos quadros das empresas é baixo em relação à média de outros 44 países. Dados de 2017 apontam que no país há 59 mil pesquisadores trabalhando em empresas (média de 290 por milhão de habitantes e 19 por bilhão do PIB do país). Na Coreia do Sul, que tem um quinto da população brasileira, há seis vezes mais pesquisadores e, nos Estados Unidos, o número é dez vezes maior.

Os números também ficam aquém da expectativa quanto aos  investimentos feitos pelas empresas em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Segundo dados do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), do total de R$ 89 bilhões de dispêndios feitos no país em 2019 para essa finalidade – que equivalem a 1,21% do PIB do país –, 51% foram oriundos do governo e de universidades públicas e privadas e 49% de empresas.

“No Brasil, criou-se a ideia de que a inovação é movida a incentivos, mas o problema é o ambiente econômico que não obriga as empresas brasileiras a quererem ser as melhores em suas áreas no mundo. Por mais que se dê incentivos, elas não fazem isso”, disse Brito Cruz.

*com informações da pesquisaparainovacao.fapesp.br

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