Que o uso de células-tronco na área da Saúde tem revolucionado os métodos terapêuticos nos últimos anos, todo mundo sabe. No entanto, alguns tipos de aplicação merecem destaque. É o caso das células-tronco de origem dentária.
De acordo com o artigo “Células-tronco de origem dentária e sua aplicação na odontologia: uma revisão da literatura”, de autoria de Paula Nascimento Almeida e Karin Soares Cunha, do Programa de Pós-Graduação em Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, que também atuam no Centro Nacional de Neurofibromatose, no Rio de Janeiro, existem cinco principais fontes de células-tronco de origem dentária: células-tronco da polpa dentária de dentes permanentes e de dentes decíduos, da papila apical, do ligamento periodontal e do folículo dentário.
Consta na publicação que o uso destas células tem sido estudado para o tratamento da periodontite, reparo ósseo, regeneração da polpa após necrose pulpar, bem como para a formação de novos dentes. “Desta forma, as células-tronco de origem dentária são alternativas interessantes para o estudo e prática de questões relacionadas à Odontologia”, destaca a publicação. O artigo em questão faz uma revisão de literatura dos tipos de células-tronco de origem dentária (CTD) e suas aplicações na Odontologia. Para tal, foram selecionados artigos científicos publicados entre os anos de 2000 e 2016 através dos bancos de dados PUBMED e LILACS.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) autoriza o armazenamento de células-tronco originadas do sangue do cordão umbilical e placentário, bem como de células-tronco da polpa de dentes decíduos em estabelecimentos privados com devida licença de funcionamento. Atualmente, os bancos de células particulares oferecem serviço de coleta e armazenamento das células-tronco sem, contudo, prometer tratamento para alguma doença. Além das aplicações das CTD na Odontologia, estas células têm sido estudadas para a regeneração de vários outros tecidos e órgãos, tais como, ossos, sistema vascular, fígado, pâncreas e córnea. Além disyo, as CTD também têm sido estudadas para o tratamento de doenças neurodegenerativas.
A conclusão deste estudo indica que mais pesquisas sobre os mecanismos de diferenciação das CTD são necessárias para que a engenharia tecidual seja realidade na prática odontológica. Segundo o artigo, a utilização clínica das CTD, atualmente, tem sido empregada apenas na pesquisa científica, mas acredita-se que em um futuro próximo esta prática se torne realidade, significando grande avanço para a Odontologia. “A criação de bancos públicos de CTD para fins de pesquisa é um passo importante para que, no futuro, estas células possam ser utilizadas com fins terapêuticos”, sublinha trecho final do trabalho.
Confira o artigo na íntegra: http://www.revista.aborj.org.br/index.php/rbo/article/download/788/563
Leandro Rocha (4toques comunicação)
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