Na psicanálise, o autismo não é considerado uma patologia, mas uma forma de estar no mundo. E lidar com autistas não é uma tarefa simples. Eles possuem um jeito único de viver e de se relacionar, tanto com os outros como com si mesmo. Portanto, entender como se dá essa percepção do ‘eu’ em crianças e adolescentes com autismo é necessário para aprimorar e indicar a melhor terapia.
Baseado nisso, as autoras Anne Cristine Fernandes Nunes, do Centro Universitário IBMR, e Vanessa Assis Valente, diretora do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil Pequeno Hans, do Rio de Janeiro, elaboraram o estudo “Reflexões acerca da percepção do corpo em crianças e adolescentes autistas: qual a relação com a formação do Eu e uma melhor aplicação do PTS?”, publicado na Academus Revista Científica da Saúde, v. 2, nº 1, jan./abr. 2017, periódico associado da ABEC.
A pesquisa verificou o trabalho do PTS (Projeto Terapêutico Singular), que visa atender crianças e adolescentes psicóticos e autistas, como forma de inserção social do público atendido. Para isso, foram realizadas consultas e reflexões das principais referências da constituição psíquica e da percepção corporal pessoal no autismo, baseando-se em autores como Sigmund Freud e outros psicanalistas, da escola francesa e inglesa.
A conclusão é de que o trabalho do serviço público infanto-juvenil de saúde mental é primordial para que o autista consiga desenvolver uma percepção do seu corpo, que forneça uma sensação de unidade e não de fragmentos, como é característico de quem possui essa condição. Ou seja, onde o atendido possa ter sua subjetividade valorizada, possibilitando sua inserção no meio social.
Por fim, a publicação ainda sinaliza que muitas pesquisas sobre o tema são necessárias, para desvendar muitos mistérios que o autismo apresenta.
O artigo pode ser lido, na íntegra, no link https://goo.gl/WCxFoF.
Tadeu Nunes (4toques comunicação)
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