quinta-feira , 10 de outubro de 2024
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Enfrentando a “superbactéria”: estudo analisa a demografia das infecções por KPC em pacientes receptores de transplante renal

A infecção por bactérias resistentes geralmente está associada ao ambiente hospitalar, a pacientes internados por períodos prolongados, com necessidade do uso de dispositivos e antibióticos. Isso representa um maior risco para pacientes imunossuprimidos e submetidos a transplante de órgãos sólidos.

A Klebsiella pneumoniae, popularmente conhecida como KPC, é uma dessas superbactérias. Através da produção de uma betalactamase denominada carbapenemase, ela torna-se resistente à ação de antibióticos carbapenêmicos, reduzindo as opções terapêuticas e  dificultando o tratamento. A incidência da infecção pela KPC é de 3-10% na literatura, podendo a mortalidade em 30 dias chegar a 42% (FREIRE et al., 2015).

O Brazilian Journal of Transplantation (v.25 n.3) apresenta em artigo original, o trabalho desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo em estudo observacional realizado no Hospital do Rim, centro de referência brasileiro onde mais se realizam transplantes no mundo (PESTANA, 2016). O objetivo era descrever a incidência e demografia das infecções hospitalares por KPC naquele centro de saúde, assim como avaliar as principais medidas de controle e prevenção introduzidas.

Entre novembro de 2009 e dezembro de 2015, foram coletados os dados de pacientes receptores de transplante renal que foram infectados/colonizados pela KPC. As informações foram organizadas em tabela e gráfico comparativo relativo à origem das infecções e a taxa de mortalidade.

Além dos resultados apontados na pesquisa, os autores realizaram uma revisão de literatura buscando informações sobre infecções e colonizações causadas por enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos em diferentes países, detectadas em todos os continentes, como os achados de Nordmann et al. (2017). O estudo brasileiro em tela confirmou esses dados em âmbito nacional, ao encontrar uma taxa de mortalidade geral em 30 dias semelhante aos índices internacionais.Em análise local no estado de São Paulo, onde se realizou a pesquisa, levantamento de artigos pertinentes através dos portais científicos PubMed e SciELO identificou dois hospitais em cidades do interior e oito na capital.

Mas, apesar das boas referências, o artigo reconhece que a falta de um protocolo específico para a vigilância de infecções causadas por bactérias multirresistentes torna os dados disponíveis um tanto escassos e imprecisos, alertando para a premência de uma estrutura bem sedimentada, com laboratórios especializados em identificar os mecanismos de resistência dessas bactérias e investimento em novas drogas capazes de controlar e combater esses episódios.

Crédito: Rosa Emilia Moraes, jornalista de ciência em Linceu Editorial, São José dos Campos, SP, Brasil.

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