“Estamos propondo e creio que será um reajuste da ordem de 40%”. Foi o que disse o novo presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, em entrevista à rádio CBN, com relação ao aumento no valor das bolsas de pesquisa em mestrado e doutorado.
O tema vem sendo discutido dentro do Ministério de Ciência e Tecnologia e também da Casa Civil.
“Uma bolsa de mestrado hoje está na ordem de R$ 1.500. De doutorado, R$ 2.100, completamente abaixo dos valores necessários para atrair os estudantes para fazer uma carreira científica. Então, com a PEC da Transição, como chamam, foram aportados recursos orçamentários que parte deles vai ser possível utilizar para reajuste das bolsas. Nós estamos em conversa com a presidente da Capes, professora Mercedes Bustamante, estamos tanto CNPq quanto a Capes fazendo estudos do reajuste das bolsas. Claro que não vamos conseguir resgatar o decréscimo devido à inflação, mas estamos propondo, e certamente chegar a um reajuste que eu creio que será da ordem de 40%”, explicou Galvão.
Parte dos recursos para o pagamento desse reajuste pode vir do desbloqueio de R$ 10 bilhões para o setor após um acordo com o Congresso Nacional.
“Isso é muito importante, porque, por lei, esse Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico não pode ser contingenciado”, explicou ele, afirmando que os recursos são essenciais para sustentar projetos estratégicos.
Na quinta-feira, 19 de janeiro, o ministro da Educação, Camilo Santana, disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar ainda em janeiro o aumento nas bolsas da Capes e do CNPq. Os valores estão congelados desde 2013.
Em dezembro de 2022, a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, afirmou que haverá reajuste das bolsas pagas a pós-graduandos.
“Esse é um debate que a gente vai ter que fazer com todo o contexto dos recursos que vão estar disponíveis. A princípio, precisa fazer no mínimo o ajuste inflacionário”, disse.