quinta-feira , 10 de outubro de 2024
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Alerta para o risco de Monkeypox em pacientes submetidos a transplante de fígado

A Monkeypox (MPOX) é uma doença viral, zoonótica e que pode ser transmitida pelo contato entre humanos e animais silvestres, ou pelo contato íntimo (pele com pele) com um indivíduo infectado. Um aumento nos casos fora das regiões endêmicas no continente africano fez com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarasse estado de emergência sanitária internacional para Monkeypox em julho de 2022.

Embora o conhecimento atual a entenda como uma viremia de baixa letalidade – em torno de 1 a 5%, de acordo com Slenovská e Van Ranst (2018) – alguns grupos são considerados de risco para complicações. Entre eles encontram-se os pacientes submetidos a transplantes, sobretudo nos períodos de pico da imunossupressão, quando infecções virais são comuns. Porém, nesse contexto, o conhecimento científico registrado ainda é escasso.

Com o intuito de observar a evolução do vírus nessa população específica, pesquisadores do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp publicaram um artigo no Brazilian Journal of Transplantation (v.26), descrevendo o caso de um paciente idoso e com diversas comorbidades, recém-submetido a transplante hepático bem-sucedido, que recebia tratamento imunossupressor e apresentou lesões compatíveis com MPOX no 3º mês pós-operatório.

Destaca-se no relato a falta de antecedentes epidemiológicos, uma vez que o paciente não esteve em regiões de risco endêmico, e negou contato íntimo com pessoas infectadas, eliminando as hipóteses consideradas pela literatura atual como as principais vias de transmissão, e, assim, reforçando o questionamento sobre a possibilidade de transmissão do MPOX por via respiratória. O diagnóstico foi confirmado através do teste RT-PCR.

Mesmo provocando um número expressivo de lesões, a doença evoluiu sem gravidade e com a plena recuperação do paciente, que não recebeu tratamento antiviral específico já que não há esse tratamento disponível no Brasil. Os indivíduos infectados devem permanecer isolados até a cura integral das lesões, em torno de quatro semanas.

Confira o artigo na íntegra em https://doi.org/10.53855/bjt.v26i1.510_PORT

Autoria: Rosa Emilia Moraes, jornalista de ciências em Linceu Editorial, São José dos Campos, SP, Brasil (rosaemiliamoraes@gmail.com)

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