sábado , 27 de abril de 2024
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O que aprendemos com os desastres causados por eventos hidrológicos extremos no Brasil?

Os perigos naturais são definidos como um processo ou fenômeno natural que podem causar perdas de vidas, ferimentos ou outros impactos à saúde, danos às propriedades, perda de meios de subsistência e serviços, perturbação social e econômica ou danos ambientais.

No Brasil, os desastres hidrológicos emergem como uma preocupação crescente. A Revista Geonorte, associada à ABEC Brasil, traz o estudo intitulado “Lições aprendidas com grandes desastres recentes causados por eventos hidrológicos no Brasil”, conduzido pelos pesquisadores Masato Kobiyama, João Gabriel Fontes Maciel, Erika Gabriella Ruoso, Alessandro Gustavo Franck e Marina Refatti Fagundes, ambos do Grupo de Pesquisa em Desastres Naturais (GPDEN) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A pesquisa, publicada na edição jul/dez de 2023, destaca a grande importância de entender e se preparar para esses fenômenos.

Inundações, escorregamentos, fluxos de detritos, estiagens, entre outros, são inicialmente apenas fenômenos naturais, que ocorrem devido  às características de determinadas regiões (vegetação, clima, topografia, solo, etc.), podendo ser considerados como perigos naturais. Quando ocorrem em locais com ocupação humana, podem causar danos, sendo então, tratados como desastres naturais. Esses perigos naturais em nosso país estão associados ao clima, tendo a chuva e a temperatura como os principais impulsionadores. 

De acordo com a pesquisa “Lições aprendidas com grandes desastres recentes causados por eventos hidrológicos no Brasil”, até o início de 2022, no Brasil, o recorde nacional de chuva em 24h era de 404,8 mm, registrado em Florianópolis/SC em 15 de novembro de 1991. A chuva registrada em Petrópolis/RJ, no dia 20 de março de 2022, quebrou esse recorde, sendo de 534,4 mm em 24h. Já nos dias 5 e 6 de março de 2023, o recorde foi quebrado novamente quando ocorreu uma chuva de 682 mm em 24h na cidade de Bertioga/SP.

Com sua vasta extensão territorial e diversidade geográfica, o Brasil enfrenta diversos desafios decorrentes desses desastres. O estudo publicado na Revista Geonorte trouxe mais exemplos, como o Vale do Itajaí em 2008 e a Serra Fluminense em 2011. A nação testemunhou a devastação causada por eventos hidrológicos severos que exigiram uma resposta política significativa. Eles levaram o governo brasileiro a executar uma importante reação política, isto é, a aprovação da Lei nº 12.608/12, que institui a Política Nacional de Proteção de Defesa Civil –PNPDEC (BRASIL, 2012).

Ainda de acordo com a pesquisa, recentemente, o Brasil testemunhou três desastres hidrológicos, ocorridos em 2022 e 2023. De Petrópolis (Rio de Janeiro) à Região Metropolitana de Recife (Pernambuco) e ao litoral norte paulista, com ênfase em São Sebastião, esses eventos destacaram a vulnerabilidade das comunidades e a urgência de medidas preventivas.

O estudo publicado na Revista Geonorte ressalta a necessidade de uma abordagem holística na gestão de desastres, incorporando medidas de preparação, resposta e recuperação em todos os níveis. Além disso, destaca a importância da colaboração entre governos, instituições e comunidades para construir uma sociedade mais resiliente diante dos desafios climáticos em evolução.

 

Confira artigo completo: “LIÇÕES APRENDIDAS COM GRANDES DESASTRES RECENTES CAUSADOS POR EVENTOS HIDROLÓGICOS EXTREMOS NO BRASIL” no link: https://www.periodicos.ufam.edu.br/index.php/revista-geonorte/article/view/13260

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