Em alguns casos criminais, a mídia exerce um papel importante na hora do julgamento moral e ético do suspeito, feito pela sociedade. Mas, até que ponto a imprensa pode influenciar a escrita o resultado final de processos penais, envolvendo a atuação de promotores, advogados e juízes?
Com a questão em mente, a autora Inessa Trocilo Rodrigues Azevedo elaborou o artigo “As influências da mídia no julgamento do ‘Caso Lindemberg’”, publicado na Revista Conexão Acadêmica, vol. 7, de julho de 2016, periódico associado da ABEC.
A pesquisa levou como base a interface entre Linguística Textual e Direito, com algumas ramificações na Comunicação, na Literatura e no Cinema, para analisar o “Caso Lindemberg”, acusado de assassinar a tiros a ex-namorada Eloá Pimentel, depois de mantê-la por cerca de cem horas como refém. O episódio foi acompanhado em tempo real e, posteriormente, sua repercussão, por toda a imprensa nacional.
A autora analisou as escrituras do processo penal, ligadas às alegações da acusação e da defesa, ao julgamento e à produção da sentença, seus elementos (hiper) textuais e as influências midiáticas na escrita/leitura da história. Para isso, foi adotada a metodologia qualitativa, com uso de teorias referentes à (hiper) textualidade e à escrita colaborativa, ajustada ao processo penal brasileiro, assim como o estudo da mídia e suas influências na opinião popular.
A conclusão é de que houve interferência midiática duvidosa e polêmica na escritura do processo analisado, que resultaram na violação de alguns direitos fundamentais do acusado. Além disso, ocorreu espetacularização do caso, manipulação da opinião pública, parcialidade do julgamento e desproporcionalidade da aplicação da pena.
O artigo completo pode ser lido em https://goo.gl/qs6QzP.
Tadeu Nunes (4toques comunicação)
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