O Brasil é o quarto maior produtor e exportador de carne suína do mundo. Em 2018, foram produzidas 3,97 milhões de toneladas no país, segundo dados da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). E os cuidados com a saúde e bem-estar animal são cada vez maiores. As doenças bacterianas, por exemplo, causam danos significativos à indústria dos suínos.
Assim, os autores A. S. Santos, D. C. V. Lima, E. F. T. S. Fernandes, P. P. F. Albuquerque, G. V. Gouveia, M. C. A. Sá, M. M. Costa, J. W. Pinheiro Júnior e R. A. Mota elaboraram o artigo “Phylogenetic analysis, biofilm production, and antimicrobial resistance profile of Escherichia coli isolated from slaughtered pigs” (“Análise filogenética, produção de biofilme e perfil de resistência antimicrobiana de Escherichia coli isoladas de suínos abatidos”, na tradução), publicado no Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 70, n. 4, de 2018, periódico associado da ABEC.
Para o estudo, isolaram 126 cepas da bactéria Escherichia coli, causadora da colibacilose, uma infecção do trato digestivo, de swabs (cotonetes para coleta de exames biológicos) com fragmentos de intestino delgado de 235 suínos saudáveis abatidos em matadouros de Pernambuco. O intuito foi analisar filogeneticamente as cepas, detectar a produção de biofilme e determinar o seu perfil de resistência antimicrobiana por meio de testes específicos.
Os resultados mostram 88,10% das amostras classificadas no grupo filogenético B1; 4,76% no grupo D; 3,97% no grupo B2; e 3,17% no grupo A. Entre as resistências antimicrobianas, observaram lincomicina 100%, eritromicina 100%, clortetraciclina 94,44%, cefalotina 51,59%, ampicilina 38,89%, sulfametoxazol + trimetoprima 37,3%, ciprofloxacina 19,84%, norfloxacina 14,29%, gentamicina 8,73% e cloranfenicol 5,55%. E dentre todas, 46,03% produziram biofilme e 99,21% foram multirresistentes.
Evidenciam, então, a necessidade de mais estudos para esclarecer a importância de cada grupo filogenético em suínos e evitar a propagação de estirpes de Escherichia coli multirresistentes.
O estudo completo pode ser lido em http://bit.ly/2JUw6ec ou pelo DOI http://dx.doi.org/10.1590/1678-4162-9926.
Tadeu Nunes (4toques comunicação)
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