A ciência aberta, ao longo do tempo, tem ganhado amplo espaço de autonomia nas redes sociais, expandindo suas aplicações com a divulgação de periódicos brasileiros na web. Entretanto, parte da comunidade científica ainda apresenta certa resistência na utilização das redes, não apenas como uma plataforma virtual de entretenimento, mas como um meio de divulgação de trabalhos científicos.
A ABEC Brasil convidou Simone Bacilieri (foto), Editora de Mídias Sociais dos Arquivos do Instituto Biológico (IB APTA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, para uma entrevista sobre o tema. Ela participou, ao lado de outros cientistas, da 11ª ConfOA (Conferência Luso-Brasileira de Ciência Aberta), realizada de 6 a 8 de outubro de 2020, com a apresentação do tema “Das boas práticas editoriais à ciência aberta: o caminhar de um periódico brasileiro”. Compartilhamos aqui, para conhecimento dos nossos associados, os principais trechos dessa conversa como forma de ajudá-los a potencializar a presença de seus periódicos nas redes sociais.
Ciência aberta – Simone afirma que divulgar os feitos científicos para o Brasil e o mundo, de forma ampla e com maior facilidade, é garantir que os periódicos estejam alinhados com a ciência aberta. “Isto não é mais somente uma tendência, é a realidade. Em menor ou maior grau, as revistas começam a adotar o acesso aberto, o preprint, a publicação de dados abertos, a revisão por pares aberta.” avalia.
Ao indagarmos as dificuldades enfrentadas por ela no processo de inserção da revista do AIB (Arquivos do Instituto Biológico) nas redes sociais, da qual é editora, Simone explica que o perfil dependeu do fluxo orgânico nas redes para se consolidar e que, após 5 anos de presença no Facebook e Twitter, a AIB se encontra entre os 5 periódicos com maiores métricas em Ciências Agrárias da Coleção SciELO Brasil, reafirmando sua relevância no segmento.
Uma das estratégias utilizadas para impulsionar de forma natural as postagens, foi informar o horário em que vinculação nas mídias seria realizada e marcar a afiliação dos pesquisadores e suas instituições, para que os mesmos pudessem compartilhar em suas redes de contatos.
Cientistas X Redes Sociais – Simone afirma que o motivo pelo qual cientistas utilizam com maior aptidão as redes Facebook e Twitter para divulgação de artigos se dá pela facilidade no acesso e utilização.. Segundo ela, a relação entre cientistas e a publicação de materiais nas redes sociais proporciona uma relação estável com a ciência aberta e garante novas métricas para os artigos vinculados, chamada de altmetria,. “A presença online dos periódicos científicos é fundamental. Há milhares deles publicando milhões de artigos anualmente”, acrescenta.
Simone finaliza nossa entrevista com uma mensagem que serve de alerta aos editores que ainda são resistentes à utilização das redes sociais para divulgação de seus periódicos: “o título de um livro, que sempre citamos no final dos e-mails encaminhados aos autores: “A ciência que não se vê, não existe.” (Redalyc, 2008).”
Leandro Rocha e Milena Simoneti (via 4toques comunicação)
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