As maternidades solo, como realidade significativa no Brasil, representam uma experiência determinada por estruturas de poder, que incidem na vida das mulheres, sobretudo negras, levando-as a trajetórias permeadas de sofrimento psíquico.
O estudo “Maternidade solo e interseccionalidades: práticas de cuidado no contexto da atenção básica”, se fundamenta na importância de conhecer a atuação e os desafios de Psicólogas(os) que acolhem estas mulheres no contexto da Atenção Básica.
O objetivo do estudo é compreender a percepção de psicólogas(os) acerca de suas práticas, junto a mulheres mães solo na Atenção Básica, com atenção às questões de gênero, raça e interseccionalidades.
O trabalho conta com uma pesquisa qualitativa, de natureza descritivo/exploratória. A pesquisa de campo foi desenvolvida na cidade de Salvador, Bahia, no período de 2020-2021. A coleta de dados ocorreu em duas etapas: questionário on-line e entrevistas semiestruturadas. As análises foram realizadas a partir do aporte teórico da psicologia social crítica, com abordagem compreensiva das falas circunstanciadas dos sujeitos.
Entre os resultados, observou-se um contexto de ausências de cuidado às mulheres mães solo. Embora a maternidade solo seja uma experiência frequente na vida das mulheres negras e pobres, não há planejamentos específicos para a atenção e cuidado a essas usuárias, tampouco estratégias são citadas no desenho das políticas públicas para o acolhimento e cuidado de mães solo.
As lacunas no entendimento e nas ações direcionadas às mulheres mães solo configuram-se como uma das ausências de cuidado e atenção a estas mulheres.
Confira o estudo na íntegra no link: https://journals.bahiana.edu.br/index.php/psicologia/article/view/4393
Autoras: Alice Maria Ventura da Silva Nascimento, Daniela Maria Barreto Martins, Camila Barreto Bonfim e Kátia Jane Chaves Bernardo.