terça-feira , 15 de outubro de 2024
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Estudo revela a importância da tonometria gastrointestinal no monitoramento do transplante de fígado

Após um transplante de fígado, é crucial verificar se o novo órgão está funcionando corretamente. Isso geralmente é feito observando sinais como a produção de bile. No entanto, alguns sinais podem ser enganosos, como a produção de bile em pequenas quantidades ou com características incomuns. Medir enzimas hepáticas não é muito útil logo após o transplante, pois elas demoram para retornar ao normal. Outra técnica, chamada de depuração do verde indocianina (ICG), pode ser útil, mas seu resultado depende de mais fatores do que apenas a função hepática.

Já a tonometria gástrica é uma técnica simples, não invasiva e de baixo custo que pode fornecer informações valiosas sobre a perfusão esplâncnica (irrigação sanguínea para os órgãos abdominais) e a função do enxerto hepático no transplante de fígado (TxH) (Perilli et al., 2014).

Mas quais são os benefícios da utilização da tonometria gastrointestinal no perioperatório de pacientes submetidos ao TxH?

No artigo “Tonometria gastrointestinal no perioperatório do transplante hepático: Uma revisão integrativa”, publicado no Brazilian Journal of Transplantation (vol. 27, 2024), Tatiany Cíntia da Silva Brito e colaboradores buscaram responder a essa questão.

Para isso, os autores realizaram uma revisão integrativa da literatura, analisando dados de diversos estudos sobre o tema. A revisão seguiu a estratégia PICO, que definiu a pergunta da pesquisa de forma estruturada, considerando os seguintes componentes: Patient (Pessoa/Problema); Intervention (Intervenção); Comparison (Comparação); Outcomes (Resultados).

Apesar desse artigo ter suas limitações devido à escassez de publicações disponíveis, o que limita sua capacidade de abranger uma ampla variedade de evidências científicas, a tonometria gastrointestinal pode ser uma ferramenta útil para monitorar a circulação no sistema digestivo e a função do fígado durante um transplante de fígado. As medições do pH gástrico intramural (pHi) durante a cirurgia e pouco depois da reperfusão do fígado podem ajudar os médicos a diagnosticar problemas e decidir o melhor tratamento para o paciente, já que o fígado é particularmente sensível à falta de oxigênio. A tonometria também pode prever a viabilidade futura do fígado com alta precisão, sendo importante desde a fase sem o fígado até o final da cirurgia. Além disso, se a oxigenação dos tecidos do intestino estiver comprometida, mesmo com o fluxo sanguíneo normal, isso sugere a necessidade de investigar outras causas de problemas de circulação durante o transplante de fígado.

Referência
Perilli V, Aceto P, Modesti C, Vitale F, Ciocchetti P, Sacco T, et al. Prediction of poor graft function by means of gastric tonometry in patients undergoing liver transplantation. Ann Hepatol. 2014 jan;13(1):54-9. https://doi.org/10.1016/S1665- 2681(19)30904-4

Para ler o artigo, acesse:

Brito TC da S, Xavier SP de S, Teixeira BP, Silva CE da, Falcão JA, Silva LF da, Santana AGC de, Batista PHM dos SN, Souza e Silva HR de, Lima MI de, Fonseca Neto OCL da. Tonometria gastrointestinal no perioperatório do transplante hepático: Uma revisão integrativa. Brazilian Journal of Transplantation. 2024, 27:e0424. https://doi.org/10.53855/bjt.v27i1.538_PORT

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